top of page

Catálogo

1702633537435.jpg

Autobiografia do Doutor Oliveira Salazar

CARLOS ADEMAR

Sentindo que o fim da vida se aproxima, perdido entre a lucidez e a perturbação e afastado do poder, um velho ditador dedica os dias que lhe restam a olhar para a história do país que governou com mão de ferro durante décadas, enquanto interpela a consciência sobre a sua pessoa e a justeza da sua conduta.

Que obra social construiu ou em que estado deixa as finanças públicas? Como defendeu o Império num mundo em mudança ou acalmou os militares, sempre ávidos de poder? Como teve de fingir amizades ou moderar uma Igreja sem ofender a Deus? Como combateu os inimigos ou quem poderia ameaçar o seu poder ou o seu prestígio? E qual o lugar que ocupará nos futuros manuais de História?

Resultado de uma exaustiva pesquisa e de um sólido conhecimento da História Contemporânea de Portugal, esta obra sintetiza o século XX e recria, em simultâneo, o mundo psicológico de um governante que durante quarenta anos foi habilmente modelando à sua imagem uma sociedade opressora e anacrónica, marcada por vícios privados e públicas virtudes.

K_A mulher do periquito_b.jpg

A Mulher do Periquito e outras estórias

MANUEL DA SILVA RAMOS

Prosseguindo um percurso literário com mais de cinquenta anos e pompeando três dezenas de livros publicados, Manuel da Silva Ramos, o mais subversivo e inqualificável escritor português, regressa ao conto.

Nas quase trinta histórias que compõem este livro, e oscilando entre o real testemunhal e a mais inventiva subversão, o autor continua a desfilar toda a sua extraordinária imaginação, servida com uma beleza primordial, com o humanismo que sempre caracterizou a sua visão do mundo e com afectuosas evocações e homenagens.

Explosão de uma maturidade literária invulgar, que coloca o autor ao nível de mestres como Cortázar, Felisberto Hernández ou Silvina Ocampo, A Mulher do Periquito e Outras Estórias reúne um conjunto de narrativas poderosas e sublimes, que prendem o leitor e lhe apresentam um escritor no auge da sua criatividade.

K_LisboaMaldita_b.jpg

Lisboa Maldita

SÉRGIO LUÍS DE CARVALHO

Lisboa, 1383-1926. Lisboa Maldita empreende uma viagem de mais de quinhentos anos pelo lado mais trágico e sinistro da cidade, ao longo da qual conheceremos lugares de crimes e formas de execução, escutaremos as histórias das vítimas, dos seus assassinos, dos seus carrascos.

Simultaneamente, analisaremos a evolução da aplicação da justiça na sua luta contra o crime. Uma luta feita de avanços e de recuos, uma luta na qual a evolução das mentalidades – e da iluminação pública – tiveram papel de relevo.

As histórias que aqui são contadas fazem parte da memória coletiva de todos nós, desde as derradeiras palavras que Sidónio Pais (nunca) disse até ao assassinato de D. Carlos e do Príncipe Herdeiro ou à conhecida execução do infame conde Andeiro. Afinal, o que há de verdade em muitos destes casos?

Uma longa viagem pelos homicídios mais marcantes da história de Lisboa, que tenta lançar alguma luz e algum esclarecimento em tantos crimes que ainda hoje causam espanto, rejeição e polémica…

Novelas ao Vento_b.jpg

Novelas ao Vento

FILOMENA MARONA BEJA

Novelas ao Vento assinala o regresso de Filomena Marona Beja a uma área da criação pouco habitual no seu trabalho ficcionista – a novela. No conjunto de histórias que conformam esta obra, a autora aborda não apenas alguns dos grandes temas que desde sempre têm constituído uma preocupação central do ser humano – a esperança, o amor, numa das múltiplas formas que pode assumir, o desejo de desafiar os limites, além da habitual omnipresença da mulher, nos seus diferenciados estatutos e aspirações.

Mas nestas novelas retratam igualmente a realidade portuguesa: através da tradição ribatejana, da evocação subtil da memória da presença portuguesa no Oriente ou pelo aparecimento de uma inusitada epidemia nos nossos dias. São também histórias que homenageiam músicos como Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sitiados, Elvis Presley ou Bob Dylan, cuja evocação se harmoniza com a musicalidade da narrativa a que Filomena Marona Beja habituou já os seus leitores.

Gente Comum_b.jpg

Gente Comum

AURORA RODRIGUES

Pouco depois de aderir ao MRPP, em 1972, na sequência do brutal assassinato pela PIDE do camarada de curso José António Ribeiro Santos, Aurora Rodrigues é detida pela polícia política e levada para a prisão de Caxias, onde será barbaramente torturada durante três meses. A então jovem de 21 anos esteve impedida de dormir cerca de 450 horas; em paralelo, sofreu espancamentos e passou por várias práticas de tortura, tendo o apoio de familiares e amigos e a memória do camarada Ribeiro Santos sido fundamentais para resistir às atrocidades a que foi submetida.

Libertada, vive a Revolução de forma intensa, envolvendo-se mais profundamente no trabalho partidário até ser de novo detida com várias centenas de camaradas, desta vez por iniciativa do COPCON. Nunca baixando os braços e olhando os torcionários de frente, escreve Gente Comum – Uma História na PIDE, um relato de grande coragem de uma mulher que lutou intensa e corajosamente pelos seus ideais.

GritodeLiberdade_b.jpg

Grito de Liberdade na Rua da Cale

MANUEL DA SILVA RAMOS

Estimado leitor, tem em mãos um livro sobre o malogro português. De novo, Manuel da Silva Ramos reincide a questionar o país, agora através de uma narrativa que liga três tempos históricos.  O que une um falsário do século XVIII, que copiou as notas do Erário Régio, uma dona de um bordel, que legou parte da sua fortuna aos pobres, mas que que não foi tomada em conta quando se abriram as suas disposições testamentárias, e três artistas com dificuldades em impor a sua criação e verem reconhecidos os seus talentos? A insanidade mental portuguesa, que através das tetas da Nação tem alimentado os medíocres e os oportunistas rebocados.

Com a acção a desenrolar-se numa cidade do interior, Grito de Liberdade na Rua da Cale assume um cunho universal, que relata não apenas a liberdade, mas também a condição humana, aqui presa, amordaçada, desprezada. Político, poético e frontal, com gravidade e humor, um grande livro de um escritor sem medo – Manuel da Silva Ramos.

Passo_em_Falso_b.jpg

Um Passo em Falso

ANTÓNIO LOPES

Joana dos Santos é uma jovem estudante com uma vida tranquila. Um dia, essa tranquilidade é quebrada quando o pai é contratado por uma organização internacional envolvida num estranho negócio.

Qual o papel de João Rodrigues, que teve o poder de recrutar o pai de Joana, ex-capitão do Exército? E o de Ana Ferreira, jornalista de investigação à procura de mais um furo que confira protagonismo à estação de televisão em que trabalha?

Quem terá, afinal, os meios necessários para enfrentar um poderoso grupo internacional, num negócio discreto, mas que envolve muito, muito dinheiro? Num ritmo narrativo intenso, António Lopes envolve-nos numa aventura que tem todas as condições para acabar mal. Ou não.

Romain_Rolland_b.jpg

Romain Rolland – Uma Consciência Livre

JORGE REIS

«É de ver que Romain Rolland nunca soube da minha existência – embora, com a petulância dos meus 16 anos, lhe tenha escrito (num “francês de Alcântara-Mar” e em estilo tartamudo) em fins de 1942, quando, com o dicionário à mão, me nutri do Jean-Christophe que Carlos Pato me revelou, anos antes de vir a falecer nas câmaras de tortura da António Maria Cardoso [em Caxias].

 

Não sei que sumiço levou o meu rascunho e tão-pouco tenho memória bastante para reconstituir as parvoeiras que um rapazola de Vila Franca de Xira se atrevera a enviar ao mestre “ao cuidado da Librairie P. Ollendorff, 50 Chaussée d’Antin, Paris”… Presumo que tal missiva tenha acabado por apodrecer no cafundó da PIDE ou, na mais surrealista das eventualidades, sonegada pela tenebrosa Milice de Darnand (organização terrorista a modos de Legião Portuguesa com borrifos de Gestapo) ou – quem sabe? – por um qualquer Barbie, já que (mas isso não o podia eu imaginar) o destinatário saíra de Paris três anos antes para “levantar a sua barraca no terreiro da infância” – justamente a poucas léguas do ninho da “aranha suástica”, onde o rollandista Jean Moulin, como tantos outros, acabaria por ser devorado…»

MelhorAmigo_b.jpg

As Melhores Histórias do Melhor Amigo

Ángel del Campo, Anton Tchekhov, António Lopes, Artur de Azevedo, Camilo de Araújo Correia, Carlos Ademar, Domingos Galamba, Filomena Marona Beja, Jack London, João de Araújo Correia, José Luís Peixoto, Luís Lourenço, Machado de Assis, Mark Twain e Sérgio Luís de Carvalho

«Gostava de ter um cãozinho!” Esta deve ser umas das frases mais assustadoras que um pai ou uma mãe podem escutar um dia. Mas se for continuamente repetida e estiver equipada com um advérbio de alta precisão, “Gostava mesmo de ter um cãozinho!”, rapidamente começam a faltar os mais fáceis argumentos de recusa, as justificações dos inconvenientes, as contrariedades em perspectiva, a desordem que se adivinha e o medo vai gradualmente cedendo ao pânico – profetiza-se o fim do mundo. É da autoridade da experiência que se ampara o autor destas linhas para fazer esta pouco honrosa confissão, de alguém que receosamente acedeu, uma vez na vida, à entrada de um canídeo no seu quotidiano, e que, no final de tudo, sobreviveu para o contar. E feliz, imagine-se!...»

Marcelo Teixeira, In Introdução

Animais nossos amigos.jpg

Animais nossos amigos

AFONSO LOPES VIEIRA

Da autoria do poeta e pedagogo Afonso Lopes Vieira, Animais Nossos Amigos é um clássico para crianças esgotado há muito tempo que constitui um marco da literatura portuguesa para a infância.
Integrando o Plano Nacional de Leitura, o livro consta de um conjunto de poemas didácticos sobre animais (cão, gato, burro, bois, abelhas, passarinhos, etc.), vincando a sua ligação à vida rural e urbana e ao Homem. O seu texto caracteriza-se pelo uso da rima, diferentes figuras de estilo e paralelismos estruturais e sonoros, tornando-o bastante recomendável para crianças entre os 4 e os 12 anos.​

Hitler e Salazar.jpg

Hitler e Salazar - Comércio em tempos de guerra

ANTÓNIO LOUÇÃ

Mais de oitenta anos depois da Segunda Grande Guerra, continuam a não estar ainda completamente esclarecidas e a suscitar muitas dúvidas as relações económicas entre Portugal e alguns países que participaram no conflito.

Nesta obra, de forma amplamente documentada, António Louçã prova que a máquina de guerra hitleriana beneficiou quase até ao fim de fornecimento do volfrâmio nacional, tendo Portugal, em contrapartida, recebido armamento alemão e quantidades de ouro só excedidas pelas entregues à Suíça, ouro esse de que a Alemanha se apoderara ilegalmente à medida que ia conquistando novos territórios e extorquindo e matando muitos dos seus cidadãos.

No nosso caso, verificou-se uma estreita e intensa colaboração com a economia de guerra alemã, reveladora de uma comunhão de interesses, pessoais e ao mais alto nível do Estado, feita de jogos de sombra, de solidariedades políticas e de métodos ilegais, cuja denúncia fazem desta obra uma leitura obrigatória para conhecer melhor a história de Portugal.

ANoiteDosHerois.jpg

A Noite dos Heróis

PAULO MATIAS

No Regimento da Pontinha, o major Otelo Sarava de Carvalho recorda a intentona de 16 de Março de 1974; em Monsanto, o capitão Sousa e Castro aguarda a senha que confirmará o início da operação militar; em Ponta Delgada, Vasco Lourenço recorda os acontecimentos que antecederam o grande dia; em Santarém, Salgueiro Maia dá ordem de marcha à coluna militar para avançar sobre a capital.

Este romance reconstrói os preparativos de um grupo de militares que, em segredo, conspira para pôr fim a um anacrónico regime político. Quais os planos de acção e como foram aplicados, como foram vividos os momentos de tensão e de ansiedade, mas também de profunda esperança, à medida que a conspiração ia ganhando forma?

Obra de ficção resultante de uma profunda pesquisa histórica e de inúmeras conversas do autor com alguns dos principais actores da Revolução de Abril, A Noite dos Heróis é um extraordinário retrato dos momentos que antecederam o dia que devolveu a liberdade a Portugal.

Lisboa.jpg

Lisboa - Indo e Vindo

FILOMENA MARONA BEJA

Lisboa – Indo e Vindo é um elogio da autora à cidade em que nasceu. A partir de um bairro, de uma lenda, de um acontecimento, reconstrói ambiente perdidos e recupera histórias que o tempo não apagou. Assim, assistimos aos passeios de Isabel de Aragão pelos campos de Alvalade ou às aulas da Esfera no antigo Colégio de Santo Antão, ficamos a conhecer a história do famoso poço do bispo ou recordamos a obra de Duarte Pacheco na cidade.

São também crónicas em que o rio Tejo está presente, sempre, tal como o bulício dos cafés históricos, das idas ao Jardim Zoológico da nossa infância ou das ruas com gente que passeia ou corre por uma cidade com uma luminosidade singular.

Com um característico e original estilo, Filomena Marona Beja presta nesta obra um tributo literário maior a uma cidade múltipla, secular, cosmopolita, e, sobretudo, com muitas histórias ainda por contar – Lisboa.

Lisboa Árabe.jpg

Lisboa Árabe

SÉRGIO LUÍS DE CARVALHO

Os árabes… Desde o século VIII que a sua presença se fez sempre sentir entre nós. Primeiro, como conquistadores e senhores; depois, como vizinhos; mais tarde, como gente apenas tolerada ou perseguida; e por fim, como cidadãos de direito pleno.

As ruas de Lisboa têm a sua marca oculta em muitos cantos, que este livro nos convida a desvendar. Uma marca que, tantas vezes de forma inesperada, ainda hoje vislumbramos num troço de muralha, da dolência de um fado, numa casa da Mouraria ou de Alfama, no sabor de um petisco.

Esta é a história multissecular dos árabes de Lisboa e em Lisboa, uma história rica e nobre, tantas vezes olvidada e tantas vezes diminuída, mas que se reergue sempre, nesta cidade que preza o seu passado e o seu património. Esta é uma história de Lisboa…

Boris Hessen.jpg

Einstein e Lenine em Moscovo

Boris Mikhailovich Hessen e Rui Borges

​A chegada de Estaline ao poder deixou uma marca indelével na cultura e na ciência russas. A música, a literatura, as belas-artes tiveram de se conformar aos ditames do realismo socialista e as ciências sociais transformaram-se num permanente canto de louvores ao secretário-geral. As ciências agrárias, sob a direção de Trofim Lysenko, conduziram a genética à marginalidade e a agricultura ao desastre. Um dos campos científicos que resistiu, e até prosperou, foi a física, que alcançou prestígio internacional através de cientistas como Igor Tamm ou Lev Landau.

Boris Hessen assume um papel decisivo neste processo. Contrariando aqueles que atacavam o trabalho de Einstein ou Schrödinger como «ciência burguesa» ou «idealismo», empenha-se na defesa da teoria da relatividade e da mecânica quântica, rejeitando qualquer tentativa de apreciar as novas teorias físicas com base nas convicções políticas ou filosóficas dos seus autores. Os escritos aqui apresentados dão um testemunho precioso do trabalho de um dos mais notáveis e influentes pensadores da era soviética. Os textos foram seleccionados e traduzidos do russo por Rui Borges e são precedidos de uma introdução sobre a época e o trabalho de Hessen.

AlvesRedol.jpg

Alves Redol e o Grupo Neo-Realista de Vila Franca

António Teodoro Garcez da Silva

«Esta obra de Garcez da Silva (1915-2006) é uma memória da generosa cumplicidade, rebeldia e capacidade de luta contra a ditadura salazarista que marcou na juvenília um conjunto de escritores vila-franquenses, para quem a arte deveria ser um testemunho social e um instrumento no processo global de transformação do mundo, uma perspectiva fundadora duma poética neo-realista.

Com elos de fraternidade muito fortes, partilhavam saberes, afectos e o sonho de contribuir para um mundo mais justo em comunhão com as classes trabalhadoras. Como referiu poeticamente Raul Brandão, em 1926, «a cada passo se formam por aí grupos literários. Há-os em todas as gerações. Os rapazes sentiram sempre necessidade de comunicar e juntam-se conforme o acaso, as afinidades ou as aspirações.»

Conhecer para Dominar.jpg

Conhecer para Dominar

Rui Mateus Pereira

«A Antropologia em Moçambique, durante o período colonial foi um domínio do conhecimento recorrentemente evocado para justificar ou enquadrar determinadas práticas da administração colonial, mas sem capacidade para influenciar decisivamente os rumos e as orientações da política colonial. Mais: em determinados momentos, essa instância consultora parece ter sido chamada a posteriori para justificar certas decisões tomadas ou práticas realizadas, isto é, o conhecimento antropológico serviu, igualmente, o aparato ideológico do regime colonial, municiando-o, sempre que possível, com as tais pseudojusticações ideológicas a que se referia Balandier.

Foi, manifestamente, uma instância do conhecimento que serviu um propósito de dominação política que era determinado pelas motivações de um modelo de exploração económica: conhecer para dominar, dominar para explorar.»

Novas e Velhas Extremas-Direitas.jpg

Novas e Velhas Extremas-Direitas

Coordenação: Cecília Honório e João Mineiro

Nos últimos anos, a extrema‑direita voltou a ocupar as capas dos jornais um pouco por todo o mundo. Depois da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, de Bolsonaro no Brasil, do Brexit, da chegada de Matteo Salvini ao Governo em Itália, da consolidação de Viktor Órban na Hungria e da aproximação ao poder de Marine Le Pen em França, dispararam‑se todos os alarmes sobre um fenómeno, que, por um lado, é difícil de catalogar e, por outro lado, não é algo novo, ainda que tenha sofrido transformações notáveis nas últimas décadas.

O surgimento, a consolidação e a reconfiguração social, política e eleitoral de novos partidos e movimentos de extrema‑direita constituem a mais importante transformação política dos nossos dias e um dos principais desafios às democracias herdadas do pós‑guerra e, no nosso caso, da Revolução de 1974/75. Conhecer, investigar e escrutinar as características, a evolução e as estratégias destes partidos e movimentos foi o ponto de partida que juntou as autoras e os autores deste livro.

Histórias de Liberdade.jpg

Histórias de Liberdade e Outras

Filomena Marona Beja

Histórias de Liberdade e Outras marca o regresso da autora ao conto, uma área de escrita que revisita regularmente e na qual se move com particular maestria. Neste livro, apesar de serem muitos e diversos os temas que dão forma às suas histórias, a liberdade constitui um traço comum à generalidade dos contos. Esse poder, ou essa emancipação, confere assim aos protagonistas a coragem de não resistir à urgência do amor («Correio para o Corvo»), de persistir perante as adversidades («Circum-navegar»), o direito a uma nova oportunidade («Há quanto, quanto tempo!»), de contrariar preceitos sociais («Eu não sei como te chamas») ou, no limite, a liberdade de decidir sobre a própria vida («Desengano»). Desta forma, Filomena Marona Beja alia a diversidade temática à qualidade literária e à singularidade narrativa que a distinguiram, fazendo de Histórias de Liberdade e Outras uma extraordinária obra de ficção de uma das mais originais vozes da literatura portuguesa actual.

Pensar a Utopia.jpg

Pensar a Utopia, Transformar a Realidade

João Carlos Louçã

De crise em crise, a economia liberal parece ter conquistado a hegemonia absoluta e o capitalismo parece consolidar-se pelos quatro cantos do mundo. No seu constante movimento de acumulação, o capital conquista espaço, enquanto cresce a desigualdade global, aumentam os conflitos armados e a destruição ambiental e climática ameaça a sobrevivência da espécie humana. Pessimista por circunstância, a análise global deixa geralmente de fora muitos dos aspetos que também caracterizam este tempo. Sob o olhar da antropologia, esta obra dá a conhecer processos, projetos e experiências que resistem a esta hegemonia e que transportam consigo a força emancipadora das utopias reinventadas com os instrumentos da atualidade.

Resultado do trabalho de campo realizado na cidade do Porto e nos Altos Pirenéus de Aragão, Pensar a Utopia, Transformar a Realidade é o testemunho de que é na disputa desses mundos que se podem encontrar as práticas de rebeldia e da imaginação – poderosos sinais para a esperança tornada concreta.

Lisboa Judaica.jpg

Lisboa Judaica

Sérgio Luís de Carvalho

Segregação. Perseguição. Integração. É em torno destas três palavras que se construiu a história dos judeus em Portugal e em Lisboa. Uma história feita de momentos muito diversos e de acontecimentos bastante desconformes, desde as épocas de dor e angústia, até aos dias de solidariedade e de celebração.

Neste livro iremos narrar essas histórias em três grandes épocas: a Idade Média, a Época Moderna e a Contemporaneidade. Iremos percorrer os locais mais marcantes, referir os acontecimentos mais importantes, falar de homens e de mulheres que nesta cidade viveram, sobreviveram, prosperaram ou pereceram.

Lisboa Judaica conta uma história feita de gentes, de testemunhos, de património e de regras. Uma longa história que vem até aos nossos dias – e que pode ser também um alerta contra a intolerância. Uma história muito nossa, afinal.

A Ciência do Sono.jpg

A Ciência do Sono

Bárbara Almeida, Carolina Machado, Cristina Fragoeiro e Sofia Gomes (Coordenação)

O sono é um estado fisiológico essencial do ser humano, que ocupa um terço da sua vida. Apesar de ser objeto de fascínio e de estudo desde as civilizações mais antigas, o sono suscita ainda hoje muitas dúvidas aos especialistas e levanta questões que continuam por responder. Num mundo globalizado em que se trabalha e comunica cada vez mais, nem sempre é fácil manter um padrão de sono adequado.

Esta obra pretende proporcionar aos leitores uma visão abrangente do sono, desde os processos neurobiológicos normais e as suas mudanças ao longo da vida (como na infância, adolescência, gravidez ou envelhecimento) até às alterações induzidas por doença mental e/ou física.

Desta forma, ao longo dos capítulos são apresentadas as alterações mais comuns do sono, com as quais os clínicos se deparam frequentemente no seu quotidiano, sendo igualmente abordados métodos de diagnóstico e tratamento e o impacto que as alterações têm no bem-estar e na qualidade de vida dos pacientes.

Obra de consulta prática e útil, que vai ao encontro das necessidades dos profissionais que se dedicam a esta área, A Ciência do Sono – Da Fisiologia à (Psico)Patologia constitui, em simultâneo, um importante contributo para um maior conhecimento de um elemento absolutamente vital para a qualidade de vida de cada um de nós.

Ao Colo de Virgilio.jpg

Ao Colo de Virgílio

Manuel da Silva Ramos

Virgílio Quintela acaba de perder a mulher. Sexagenário erudito, homem de cultura, extravagante e humanista, acredita que é no auxílio e na protecção dos outros que está a sua redenção. Por essa razão, o luto é a oportunidade ideal para valorizar quem o rodeia, sem abdicar, no entanto, de continuar a desfrutar da vida.

Entre passeios meditativos por uma Lisboa contemporânea, surpreendentes aventuras nas distantes fortalezas cátaras ou nostálgicas viagens pelo Portugal rural da sua infância, Virgílio estabelece, com facilidade, relações humanas marcadas por uma profunda amizade, uma inflamada luxúria ou pelo auxílio aos mais necessitados. Desta forma, em Ao Colo de Virgílio, a brevidade da vida não constitui motivo de desconsolo; pelo contrário, é uma oportunidade para aproveitar cada dia.

Obra optimista de Manuel da Silva Ramos, nela o escritor aborda ainda com lucidez e resiliência literária algumas das questões centrais da sociedade contemporânea: os cuidadores informais, a bondade e a dignidade humanas.

K_CasosClinicos_alta.jpg

Casos Clínicos em Psiquiatria e Saúde Mental

Lia Fernandes (Coordenação)

Actualmente, o exercício da Psiquiatria e Saúde Mental implica a percepção da globalidade do ser humano, da sua dimensão física, espiritual, familiar, social e cultural.

Desta forma, esta obra constitui uma extraordinária intercepção do conhecimento, na medida em que as respostas às diferentes questões requerem a mobilização de conhecimentos e capacidades relativos a várias áreas do saber. Com este manual pretende-se dar uma resposta correcta às múltiplas questões colocadas e discutir e analisar as diversas opções apresentadas.

Assim, esta obra vai ao encontro não só das necessidades dos estudantes, como constitui um precioso auxiliar para os profissionais de Psiquiatria e Saúde Mental, ou até de outras áreas da Medicina, que desejem uma actualização neste ramo do conhecimento clínico, ao qual confluem as vertentes científica, humanística e ética.

K_Marx_alta.jpg

Os Últimos Anos de Marx

Marcello Musto

Nos últimos anos de vida, Marx alargou a sua pesquisa a novas direcções. Debruçou-se sobre descobertas novas antropológicas, analisou diferentes modos de propriedade de bens em sociedades pré-capitalistas, apoiou o movimento populista na Rússia e criticou a opressão na Índia, Irlanda, Argélia e Egipto. Concentrando-se no labor dos seus últimos anos, este livro analisa as duas principais distorções feitas ao seu trabalho: por um lado, que Marx deixara de escrever no final da sua vida; por outro, que era um pensador eurocêntrico e económico, concentrado apenas no conflito entre classes. Dos últimos manuscritos e correspondência de Marx, surge um autor que se diferencia da forma como tinha vindo a ser representado pelos seguidores e críticos contemporâneos.

Os Últimos Anos de Marx vem preencher um vazio no conhecimento da vida e da obra de um dos mais influentes pensadores contemporâneos, não deixando de incentivar, em paralelo, uma reavaliação das suas ideias.

K_Barcas Novas_alta.jpg

Barcas Novas Levam Guerra

Filomena Marona Beja

Segunda metade do século XX: o país dir-se-ia alheio às mudanças que iam pelo do mundo. A Guerra! Os navios a largar do Tejo, a levar os militares para a guerra. Os lenços, as lágrimas. «Até à volta...», «Até à volta!»

E as senhoras do Movimento Nacional Feminino, que à despedida distribuíam uns cigarros, uns aerogramas: «Até à volta!» Voltariam? Sim, alguns voltaram, doridos, estropiados. Outros, dentro de urnas. E de alguns, nunca mais se soube.

Henrique e Rafael, irmãos, lutavam por vingar nos estudos. Henrique, aluno de Biologia, fora conseguindo adiar a recruta; já o irmão, estudante de Económicas e activo contestatário ao regime, não conseguira contornar as suas obrigações militares e fora destacado para a Guiné. Pouco tempo depois de embarcar no Niassa, deixa de dar notícias. Teria desertado? Ficara ferido na frente de combate? Havia Sido apanhado numa emboscada?

Inconfundível no estilo a que Filomena Marona Beja habituou já os seus leitores, Barcas Novas Levam Guerra é um livro depurado e vigoroso sobre a angústia que marcou uma geração e, em simultâneo, uma denúncia da intolerância e da repressão de um regime que se aproxima da sua agonia.

K_Politica e Democracia_alta.jpg

Política e Democracia na Era Digital

João de Almeida Santos

Escrito por consagrados professores e investigadores de várias universidades europeias, este livro procura responder aos desafios que a nova era tecnológica veio pôr à política e à democracia. Juntaram-se vários intelectuais europeus em torno do tema “Política e Democracia na Era Digital” e deram vida a este volume. O objectivo era simples: contribuir para que a política do século XXI ficasse em linha com os desafios que as novas tecnologias estão a pôr às nossas sociedades. Neste caso, à política e à democracia.

O leitor vai, pois, encontrar nesta obra as respostas a estes desafios, as mais recentes dinâmicas políticas e de comunicação induzidas pelas tecnologias e uma nova reconfiguração da política, em condições de responder às exigências e às expectativas de uma cidadania em profunda transformação. Do que se trata, na verdade, é de uma mudança de paradigma. É a essa mudança que os autores procuram responder.

K_O Fadario_alta.jpg

O Fadário das Mulheres Insolentes

Afonso Valente Batista

Num lugar esquecido do mundo, Leocádia e Leonilde têm a ousadia de enfrentar a brutalidade, a malvadez e a desumanidade dos maridos; Leôncia combate, corajosa, a prepotência fidalga do barão, senhor de todos os teres e haveres e entusiasta de conhaque francês e da ordem do Estado Novo.

Local onde vive também um bêbado que não se cala perante a sobranceria e as bordoadas de um cabo da guarda, executadas a preceito e por ordem dos que mandam; e um capelão usurário, o padre Bento, de confortável braço dado com o poder, que ameaça as beatas e respectivos maridos com a impiedade do inferno se não acatarem a palavra da Santa Madre Igreja.

Estas são algumas das personagens que a seu tempo não deixarão de chegar e de surpreender o leitor, dando convergência narrativa a diferentes histórias de mulheres que ousam enfrentar a hipocrisia de uma época que continua a permitir a miséria, o abuso e o absurdo da violência doméstica e do feminicídio.

Dotado de uma invulgar riqueza vocabular, O Fadário das Mulheres Insolentes é um livro profundo, intenso e perturbador, que não deixa de confrontar o leitor com o outro lado da vida – aquele que ele não deseja ver.

K_HomoZappiens_alta.jpg

Homo Zappiens - O Feitiço da Televisão

João de Almeida Santos

Numa época em que as redes sociais conquistaram um enorme protagonismo, a televisão continua a ocupar um lugar muito relevante na vida quotidiana dos cidadãos. A televisão replica o real à sua medida e o que não aparece no ecrã não existe socialmente. A política, apesar das redes sociais, continua a ser o exemplo maior. Por essa razão se fala de democracia do público.

É uma fascinante janela aberta sobre o mundo. Na praça da televisão há entretenimento e informação, há companhia para os solitários e viagens para sonhadores. Sem sair de casa. Nela nascem, crescem e morrem praticamente todas as polémicas, políticas e mundanas, que animam os nossos dias.

Poucos são os que a fazem e milhões os que a vêem. João de Almeida Santos não faz crítica de televisão. Coloca-se, nesta reflexão, num intervalo que lhe permite ver em simultâneo a televisão e o espectador. E, a partir dessa posição, analisa, desmonta e aprofunda a lógica desse mecanismo fantástico que comanda o nosso quotidiano.

K_LivrosTomamPartido_alta.jpg

Livros que Tomam Partido

Flamarion Maués

Os livros podem mudar um país ou contribuir para pôr fim a uma ditadura? Portugal assistiu desde os finais dos anos 60 e após a queda da ditadura em 1974 a um forte incremento da edição política. Parte de um movimento cultural e político mais amplo, este boom editorial tinha, numa primeira fase, um carácter oposicionista, revelando depois a libertação política e cultural decorrente do fim da opressão.

Ao longo deste processo, surgiram inúmeras editoras com um cunho claramente político-ideológico. Muitas delas tinham vínculos a partidos; outras, a distintos sectores da sociedade como os católicos progressistas, a grupos de direita ou a outros sem vinculação política específica, respondendo, assim, as editoras aos anseios de informação e formação de grande parte dos portugueses.

Desta forma, a edição reflectiu o pensamento e as propostas de cada um dos agrupamentos políticos e sociais, proporcionando canais de expressão que contribuíram decisivamente para tornar Portugal num país mais livre, mais moderno e mais justo.

K_ManualFeiticeiras_alta.jpg

Manual das Feiticeiras

Fernando José Rodrigues

No século XVI, Maria de Jesus, que apenas pratica o bem, é acusada de feitiçaria. Enquanto decorre o auto-de-fé e arde já a fogueira que lhe consumirá o corpo, ela decide não morrer. Quinhentos anos mais tarde, Joana Clara descobre os seus poderes maravilhosos depois de ver um homem com um cão, Alecrim, que fala com o dono e o aconselha. Após curar uma rapariga paraplégica, passa a ser vista como santa.

O entusiasmo suscitado por este acontecimento leva o povo, os partidos e as seitas a procurarem os seus serviços e o Governo a criar um Ministério dos Milagres. A situação torna-se mais incómoda quando os doentes começam a fugir dos hospitais. Para o Governo, Joana Clara tornara-se num perigo social, como séculos antes fora Maria de Jesus, e era chegada a hora de agir.

Com uma escrita depurada, cativante e enriquecida pelas ilustrações de Leonor Lourenço, Manual das Feiticeiras é um olhar crítico sobre uma sociedade que prefere ignorar os problemas com que se debate, preferindo confiar na transcendência para a sua resolução.

K_O Meu Menino_alta.jpg

O Meu Menino é um Anjo Incendiário

Manuel Monteiro

Numa aldeia nas encostas da Serra do Alvão vive um velho homem, cuja misteriosa história de vida intriga um jovem adolescente. Decidido a desvendar os seus segredos, o rapaz consegue aproximar-se do enigmático homem que todos evitam e, numa longa noite, o velho conta-lhe a sua fantástica e atribulada história.

Depois de uma infância rural marcada pelo amor, mas também pela pobreza e pela fome, o homem partira para a Guerra Colonial, onde se foi apercebendo das injustiças da guerra, acabando por juntar-se, em Abril de 1974, à Revolução. Mas as coisas não correm como previra e toma então a mais firme decisão da sua vida, o último rasgo de esperança que lhe resta nos ideais: partir para a América Latina na senda de Che Guevara.

Intenso e expressivo, descrevendo a realidade com mestria e sem hesitações, Manuel Monteiro não se esconde, fazendo com que O Meu Menino é um Anjo Incendiário seja uma obra controversa mas frontal, cujo protagonista nos recorda que, com frequência, dentro de um monstro habita um ser que se aproxima de um anjo.

K_ViaPortoghesi_alta.jpg

Via dei Portoghesi

João de Almeida Santos

Via dei Portoghesi é uma pequena rua situada no coração de Roma. Tem apenas cinquenta metros, mas nela vivem inúmeras personagens com muitas histórias por contar. Como a de Gianni della Rovere, professor na Universidade de Roma «La Sapienza», que, em idade um pouco já tardia, se apaixona perdidamente por Paola Valenzi, muito mais nova e funcionária da universidade onde lecciona, com quem mantém um difícil, complexo e intenso relacionamento afectivo.

Gianni e Paola integram uma tertúlia de intelectuais portugueses que vivem num hotel da da cidade. Um dia, a chegada de Barnabé de Sousa, um padre português com interesses pouco adequados à sua condição de religioso, ameaça alterar a vida do grupo e dos amantes.

Extraordinário fresco dessa Roma um pouco aldeã de fim de século, Via dei Portoghesi cruza a história de uma peculiar relação amorosa com a vida frenética, divertida e culta de um grupo de apaixonados pelo lugar, confluindo a narrativa numa elegia ao amor e numa homenagem a uma cidade maravilhosa e eterna.

K_HomemCarbonaria_alta.jpg

O Homem da Carbonária

Carlos Ademar

Nos anos finais da 1ª República, a instabilidade marcava o quotidiano do país. Certo dia, um ardina de O Século encontrou no Jardim da Estrela o corpo de Peres, segurança do presidente do Conselho. Quando o chefe Pratas assume a investigação do caso, apercebe-se de uma coincidência: quer Peres, quer o líder do Governo, eram membros da sociedade secreta Carbonária.

A investigação vai-se tornando mais perigosa quando se aproxima dos mais altos governantes. E, sobretudo, quando as razões para o crime confundem a investigação: a mulher do chefe de gabinete do presidente tinha uma relação extraconjugal? Eram os integralistas a vingar-se politicamente? Estariam ambições pessoais de camaradas na base do crime? Ou tudo não passava de uma simples tentativa de assalto com consequências imprevistas?

Recriação de uma cidade de outros tempos, de tabernas e carvoarias, de gente elegante a passear pelo recém-aberto Parque Mayer ou de greves e sublevações, O Homem da Carbonária é uma obra extraordinária que retrata fielmente o ambiente conturbado da 1ª República.

k_ABC_Socialismo_alta.jpg

ABC do Socialismo

Coord. Catarina Príncipe e João Mineiro

O socialismo funciona bem na teoria, mas a natureza humana não o torna impossível de realizar? Constitui uma boa ideia, mas não acabou sempre em ditadura? Tem soluções para resolver a atual crise climática e ambiental? É o socialismo possível na União Europeia?

Estas são algumas das inúmeras perguntas que este livro coloca, de autores com distintos percursos, mas com o gosto de pensar em comum.

Desta forma, com o contributo, entre outros, de Marisa Matias, António Louçã, Bhaskar Sunkara, Luís Fazenda, Mário Tomé, Erik Olin Wright, Hugo Monteiro, Irina Castro, Izaura Solipa, João Madeira, Manuel de Oliveira, José Guilherme Gusmão, José Soeiro, Keeanga‑Yamahtta Taylor, Michael A. McCarthy ou Vivek Chibber, este livro pretende abordar a possibilidade de uma nova sociedade, discutindo-a nas suas diferentes vertentes – do racismo ao dinheiro, da propriedade ao clima, do Estado aos robôs – de forma rigorosa, mas também lúdica.

A proposta de uma sociedade nova tem subjacente a necessidade de pensar sobre cada uma das suas esferas. ABC do Socialismo constitui o reflexo desse debate.

k_Fragata_[frente alta].jpg

Uma Fragata no 25 de Abril

Noémia Louçã

Em 25 de Abril de 1974, o Estado-Maior da Armada deu ordens ao comandante da fragata Gago Coutinho para preparar o bombardeamento dos blindados de Salgueiro Maia no Terreiro do Paço. Durante muitos anos, teve livre curso a versão romântica de que os jovens oficiais da guarnição impediram o comandante de cumprir a ordem, impedindo assim um banho de sangue em Lisboa, uma guerra civil no país todo e o malogro da revolução.

Neste livro, a autora repõe a verdade sobre um oficial com uma vida de empenhamento antifascista. A ordem de preparar para fazer fogo nunca passou do comandante para qualquer subordinado, porque Seixas Louçã logo respondeu ao Estado-Maior que não podia cumpri-la.

Como pode comprovar-se pela análise dos factos e pelos documentos que lhe junta a autora, a verdade sobre a Almirante Gago Coutinho é a antítese absoluta da lenda que tem circulado durante décadas.

K_OsTresSeiosNovelia_alta.jpg

Os Três Seios de Novélia

Manuel da Silva Ramos

Os Três Seios de Novélia é a história de um jovem escritor em busca de uma mulher que não existe. A este amor surreal junta-se a descoberta apaixonada de uma Lisboa com os seus lugares de eleição e de perdição – cafés ruidosos, ruas movimentadas ou apenas o silêncio introspectivo do narrador.

 

Manual do Silva Ramos é um elucidário moderno, ousado e completamento avesso ao politicamente correcto.

K_Setenave_alta.jpg

SETENAVE - Revolução, Nacionalização, Privatização

Jorge Fontes

A história de Portugal na segunda metade do século XX cruza-se com a dos estaleiros navais, que assumem um papel central na evolução das relações sociais e laborais. A empresa de construção e reparação naval Setenave (actual Lisnave) é um símbolo maior da industrialização portuguesa – do controlo operário na Revolução aos pactos sociais e à reconversão industrial.

Nesta obra, o leitor fica a conhecer as origens da Setenave, em 1971, o projeto que representava, os efeitos da crise mundial verificada dois anos depois ou a sua participação na revolução portuguesa, na qual assume um papel protagonista de empresa em controlo operário até à sua nacionalização, no Verão Quente de 1975.

Setenave – Revolução, Nacionalização, Privatização é uma obra obrigatória e inovadora, que leva até ao leitor a história de uma organização de referência no tecido industrial nacional que será pioneira no estabelecimento dos pactos sociais e da concertação social dos anos 80, disputa que conduzirá a um novo paradigma das relações laborais em Portugal.

K_LisboaNazi_alta.jpg

Lisboa Nazi

Sérgio Luís de Carvalho

Pelas ruas da cidade, inúmeros portugueses lutam em prol do III Reich. Dão o rosto à causa nazi e às ideias de Hitler, espiam, polemizam e difundem defendem a Nova Alemanha fazendo suas as vitórias do Eixo e sofrendo bastante com as suas derrotas. Serão fiéis até ao fim…

Este livro leva-nos numa viagem por esses anos de chumbo e de combate, conduzindo-nos aos mesmos locais que eles frequentavam e que hoje ainda subsistem. Este livro expõe-nos também os jornais, folhetos e revistas que eles redigiam e vendiam, nos quais, com grande frontalidade, usam os mais fortes entusiásticos argumentos nazis. Desta forma, através destes homens, da sua ação e percurso, uma nova Lisboa surge aos nossos olhos. Uma Lisboa que se sumiu discretamente após a rendição alemã, mas que, todavia, ainda pode ser encontrada se soubermos para onde olhar. Uma Lisboa que ainda está lá.

Mas porque o passado persiste sob a patine do tempo, o leitor verá também o que desse tempo e desses homens resistiu até hoje. E decerto haverá muitas surpresas…

K_A Rebeliao_alta.jpg

A Rebelião

Afonso Valente Batista

A Rebelião é o retrato de uma geração nascida no Estado Novo, que se ajustou às regras e obedeceu ao regime, mas que nunca deixou de transgredir. Primeiro, opôs-se ao sistema; depois sacrificou-se numa guerra cujas marcam teimam em persistir; mais tarde viu chegado o dia da esperança.

Anos depois, um grupo de veteranos junta-se no jardim, partilha memórias e resiste ao tédio. Entre lembranças e jogos de cartas, cresce a intriga, a vontade de mudar as coisas e de tornar possível a utopia.

Certo dia, Juvêncio dirige-se aos companheiros, e o discurso arrebatador deste antigo padre, capelão militar e desertor dos confins de África termina de forma muito clara: «Porque esperamos? Não temos direito à nossa parcela de esperança?»

Empolgado pelas palavras de Juvêncio e vencendo as artrites da desilusão, um grupo de amigos está disposto a fazer renascer o sonho por cumprir – conspirar, pegar em armas, montar quartel-general numa serra alentejana e preparar o assalto a Lisboa e ao sistema instalado.

Os Amantes Tristes

Eugenia Rico

Antonio, um emigrante espanhol a viver em Paris; Ofélie, uma mulher enigmática, «aparentemente serena e segura»; e o excêntrico Jean Charles são os protagonistas de Os amantes tristes.

Tudo começa com um telefonema e um pedido de ajuda. Através de Antonio, conhecemos Jean Charles, o seu melhor amigo, e Ofélie, a sua antiga namorada. O que se passou entre eles, o passado que carregam e a culpa que transportam irão sendo desvendados pelo leitor, guiado pelas ruas de uma Paris bucólica e romântica.

Deambulando pelas areias movediças do amor, do desejo, da amizade e da traição, os três amigos constituem um peculiar triângulo, tentando, cada um à sua maneira, enfrentar a solidão que os consome.

Obtendo imediato reconhecimento e escolhido como um dos livros do ano pela revista Leer e pelos jornais El Mundo e El Periódico da Catalunya, Os amantes tristes foi editado em Itália, Grécia, Hungria, entre outros países.

Os Herdeiros do Profeta

Rui Câmara Pina

Porquê a rivalidade árabe-persa? O que distingue os xiitas dos sunitas? Qual o papel das mulheres na sociedade islâmica? Por que foram invadidos o Afeganistão ou o Iraque? O que se passa na Síria? Como surgiram os talibãs ou o Estado Islâmico? Qual a importância da questão nuclear para o Irão? Estas são algumas das inúmeras perguntas a que este livro tenta dar resposta.

O Grande Médio Oriente continua a ser uma das áreas do globo em que persistem inúmeros conflitos, de natureza muito diversa e nem sempre fáceis de explicar. Se para compreender o Irão de hoje há que analisar a queda do Xá, as hesitações de Washington face à Revolução Islâmica ou a ascensão do regime khomeinista, para entender o Afeganistão é preciso conhecer as razões que levaram Moscovo a invadir o país ou as perspectivas energéticas vindas do Mar Cáspio.

Os papéis da Arábia Saudita, Paquistão, Síria, Iraque, Rússia ou Estados Unidos, entre outros, no xadrez da geopolítica são também analisados, tornando este livro uma obra única para conhecer as grandes questões numa área com um profundo impacto à escala global.

De Volta (Aos Contos)

Filomena Marona Beja

Nesta obra, Filomena Marona Beja regressa a um campo da criação de que gosta particularmente, o conto, uma prática literária que sempre acompanhou o seu trabalho de ficção.

De Volta (aos Contos) abrange alguns dos temas centrais e inquietações dos nossos dias, como o papel da mulher («Eram todos homens com jeito»), o racismo («O tronco do plátano») ou os traumas de guerra (como em «De volta à ilha»), sem esquecer a cultura e a tradição de um Portugal salazarista («O casal do lagar velho») ou de um país em crise (retratado em «Embarque», «Ó da barca» ou «Fim de tarde»).

Empreendendo uma viagem pelo passado e pelo presente, pelas acções e pelas emoções de cada um de nós, De Volta (aos Contos) constitui não apenas a imagem de um país em crise, mas também, e sobretudo, o retrato de uma sociedade que insiste em acreditar. Ao mesmo tempo que comprova a mestria da autora na difícil arte de narrar com precisão.

Manual de Combate às Alterações Climáticas

João Camargo

O mundo já está muito diferente daquele em que a nossa civilização floresceu: mais quente, mais extremo, mais inseguro. Para a frente, muito além da incerteza, ficam certezas: ainda pode piorar mais. O sistema de produção em que vivemos criou uma devastação ambiental e social sem precedentes na nossa história enquanto espécie. De entre todas essas devastações, a alteração da composição da nossa atmosfera e o aquecimento global do planeta destacam-se pelo seu potencial catastrófico, alterando os climas em que a nossa espécie proliferou. 

Num mundo cada vez mais desigual, pendem sobre nós crises simultâneas: da banca, do emprego, da produção, do ambiente, do clima, da democracia ou do capitalismo. É a crise do próprio Homo sapiens, com a colisão entre o que é e o que pode ser. Nada ou tudo: a urgência das alterações climáticas é a urgência da Humanidade. Para isso precisa de lutadores, pessoas empenhadas em resgatar o futuro. Por isso, para aprender e ensinar a combater, este livro é um (feroz) guia de combate.

Salvação

Ana Cristina Silva

A morte da mulher lança um escritor num mar de sofrimento. Para lidar com a dor do luto, escreve um romance histórico. A sua personagem principal, David Negro, é um médico judeu que tem de fugir de Lisboa depois da condenação da mulher pela Inquisição.

A par de constituir um extraordinário fresco do século XVII, ambientado em Lisboa, Amesterdão e Hamburgo e pelo qual passam algumas das grandes figuras como o filósofo Uriel da Costa, o médico Rodrigo de Castro ou o mercador Diogo Sampaio, este livro é ainda um retrato da sociedade actual, com as suas inquietações ancestrais (a perda, a culpa, a redenção…), mas também com os novos desafios, como o autoproclamado Estado Islâmico.

Romance intimista e envolvente, Salvação é uma obra intensa sobre a capacidade de voltar a acreditar, sobre a redenção que a escrita permite e sobre o fanatismo das grandes religiões. Mas é também, e sobretudo, a confirmação de Ana Cristina Silva como uma das mais originais e possantes escritoras da actualidade.

Memórias do Exílio

Ana Aranha e Carlos Ademar

Durante quase meio século, milhares de portugueses foram forçados a sair do país por motivos políticos. De norte a sul, homens, mulheres, estudantes, professores, artistas, militantes, desertores ou refractários partiram em condições duras e tendo a incógnita como certeza. Saíram a salto, atravessando fronteiras a pé, de comboio ou em barcos improvisados. Não sabiam poderiam voltar, ficando três, cinco, dez ou mais anos em destinos tão diferentes como o Brasil, França, Suécia, União Soviética, ou Argélia, entre outros. O regime considerou-os traidores à pátria, colocou as suas fotografias nas fronteiras como se fossem criminosos. Mais de quatro décadas após o seu regresso, antigos exilados falam das suas experiências, revisitam os lugares que os abrigaram e recuperam vivências do seu contributo para a construção da Democracia, fazendo de Memórias do Exílio uma obra indispensável para entender a oposição e a luta à ditadura feitas desde o estrangeiro.

Alma Danada

Paulo Matias

A morte apanhou Abílio desprevenido, de tal modo que só se apercebeu desta condição… depois de morto. Durante o velório do corpo, a alma de Abílio vai assistindo à chegada de familiares e amigos que lhe vêm prestar a última homenagem.

Ali comparecem Vitória, a mulher que o acompanhou durante mais de 25 anos, Hugo, o seu melhor amigo e amante da sua mulher, ou Nuno Nóbrega, o deputado eleito com o dinheiro e a influência do defunto; só faltou Sara, a sua grande paixão, cujo amor a família proibira.

No entanto, a qualquer momento as circunstâncias que envolvem a morte de Abílio podem tornar-se num escândalo e ameaçar o prestígio da família Guimarães da Torre. E António Sousa, director do influente Clarim da Notícia, está hesitante entre a lealdade à família e o dever deontológico de informar.

Metáfora do moderno cacique local, Alma Danada é um romance sério e divertido sobre um homem admirado por todas as pessoas… que não o conheciam.

Moçalambique

Manuel da Silva Ramos

Sebastião Barbosa, um professor de Português e História expulso do ensino oficial, decide viajar uns tempos para Moçambique depois de um divórcio conflituoso.

Em terras africanas muda de nome, e já com novo patronímico vai mergulhar nas noites loucas de Maputo, enquanto tenta adquirir a cabeça do presidente Samora Machel para ampliar a sua colecção de crânios.

Depois de uma busca incessante por várias regiões do país, onde se vai africanizando, Sebastião Inhambane regressa a Portugal com Graça, a mulher da sua vida, e funda um falanstério hortícola na periferia de Lisboa onde acolhe os desventurados nacionais, ao mesmo tempo que entabula uma nova História de Portugal – agora com reis negros.

Hino à solidariedade humana, à extravagância temática e à criatividade literária, características que conferiram a Manuel da Silva Ramos um lugar à parte nas letras nacionais, Moçalambique é um canto maravilhoso às paisagens moçambicanas, aos seus costumes ancestrais, às suas mulheres afirmativas e aos homens benevolentes da Terra da Boa Gente.

A Revolução Russa - 100 Anos Depois

António Louçã; Constantino Piçarra; Fernando Rosas; Francisco Louçã; José Manuel Lopes Cordeiro; Miguel Pérez Suaréz; Rui Bebiano; Thaiz Senna

Na Rússia de 1917, foram-se frustrando entre Fevereiro e Outubro todas as expectativas de solução para os problemas mais elementares da sociedade. O poder dos sovietes – os conselhos de operários e soldados – era a única alternativa que restava para lutar por pão, paz e terra.

Os sovietes tomaram o poder para satisfazerem necessidades mínimas. E, no entanto, logo a insurreição de Outubro se tornou um clarão de esperança emancipatória para a classe trabalhadora nos quatro cantos do mundo.

Um século após um dos mais singulares e extraordinários acontecimentos da História da Humanidade, A Revolução Russa – 100 Anos Depois constitui um importante contributo para a sua compreensão, bem como para reflectir sobre os efeitos do seu legado na sociedade contemporânea.

Na Vertigem da Traição

Carlos Ademar

Militante comunista, Miguel Domingos era um operário vidreiro revoltado pela miséria que o rodeava. Após participar na revolta da Marinha Grande, fugiu para a União Soviética, onde estudou na Escola Leninista. No regresso, lutou em Espanha, foi preso e enviado para um campo de concentração.

No final de 1944 regressou a Portugal e passou a integrar a direcção comunista, na qual se manteve até ser afastado, com problemas de saúde e a suspeita de ter denunciado as casas clandestinas mais importantes do partido, levando à prisão de alguns dos mais célebres dirigentes. Em 1951, o seu corpo seria encontrado morto. A quem interessava a sua morte?

Suportada em documentos dos arquivos da Polícia Judiciária até agora inéditos, esta obra reconstrói a investigação feita pela PIDE, a sociedade da época e a luta travada clandestinamente contra um regime implacável.

Com uma história que prende o leitor desde a primeira página, Na Vertigem da Traição é ainda o retrato das contradições do ser humano, com as suas fraquezas e virtudes, amores e desamores, frustrações e anseios, e a confirmação de Carlos Ademar como um mestre do romance histórico.

Avenida do Príncipe Perfeito

Filomena Marona Beja

Nos anos 80, Portugal vivia um clima de grande entusiasmo motivado pela adesão à Comunidade Económica Europeia e pela chegada de fundos para o desenvolvimento do país. Ao mesmo tempo, no outro lado do Atlântico, os Estados Unidos da América dedicavam-se ao tráfico de armas que seriam usadas na guerra que Irão e Iraque travavam há já alguns anos – e no qual estavam envolvidos alguns portugueses… Enquanto caíam bombas em Bagdade, Alexandre dançava com Maria Benedicta, a filha dos Laranjeira e Sá. Fizeram amor. Mas Alexandre não passava de um engenheiro a quem fora encomendada a construção da nova mansão da família, na Avenida do Príncipe Perfeito. Qual o futuro para os dois jovens?

Em Avenida do Príncipe Perfeito, a autora, com a sua criatividade e descrições envolventes, recorda acontecimentos que marcaram as últimas décadas, num romance de encontros e desencontros e atribulações familiares, renovando, com o seu estilo próprio, as questões centrais da literatura.

O Marujo - Uma História Trágico-Marítima

Afonso Valente Batista

Quatro amigos, antigos marinheiros da frota do Grupo Global, juntam-se num bar à beira do Tejo e recordam o seu passado. Não haviam sido tempos fáceis, aquela instituição era a mais respeitada, poderosa e invejada de todas as frotas e o Marujo o seu reverenciado, temido e, sobretudo, ambicioso comandante. Um dia, porém, fruto da cobiça desmedida e da megalomania de quem a guiava, a frota naufragou, atirando para a miséria todos aqueles que haviam depositado os seus bens e o seu destino no Grupo Global e confiado na pretensa seriedade do seu líder.

Recorrendo a passagens de grandes obras clássicas, como a História Trágico-Marítima, A Peregrinação ou Mensagem, Afonso Valente Batista volta a surpreender o leitor com O Marujo – Uma História Trágico-Marítima, uma metáfora romanceada da ganância perpétua do Homem e dos desastres provocados pela sua avidez desmedida e sem escrúpulos.

Os Papas em Portugal

Ana Cristina Câmara

As aparições de Fátima tem constituído motivo para a visita a Portugal de vários Papas: Paulo VI desafiou Salazar e foi recebido numa visita-relâmpago, a primeira de um Sumo Pontífice a Portugal; João Paulo II atribuiu a Nossa Senhora de Fátima a sua sobrevivência ao atentado no Vaticano, a 13 de Maio de 1981 – tornando-se um fiel devoto e por três vezes peregrino no Santuário da Cova da Iria; Bento XVI, de ar sisudo, encantou os portugueses com a sua amabilidade.

O Papa italiano quis demarcar-se do regime, mas não evitou desiludir parte dos católicos portugueses que contestavam o Estado Novo. O Pontífice polaco deu Fátima a conhecer ao mundo – ali sofreu o ataque de um padre fanático, ali beatificou os pastorinhos, ali revelou o terceiro segredo. O alemão reconheceu os pecados da Igreja Católica e admitiu, no auge dos escândalos de pedofilia que envolviam autoridades eclesiásticas, que o perdão não substitui a justiça.

Recorrendo a testemunhos de quem se cruzou com os Pontífices que antecederam o Papa Francisco na visita a Fátima, Os Papas em Portugal é um livro original, que desvenda histórias de bastidores desconhecidas e apresenta ao leitor as transformações sociais e políticas que o país viveu nas últimas cinco décadas.

Evangelha

David Toscana

E se Jesus Cristo tivesse nascido mulher?

Maria deu à luz e a sua primogénita terá o nome de Emanuel. As coisas não deveriam ter acontecido desta maneira e Jeová sente-se defraudado. No entanto, Emanuel é sua filha e crescerá para converter-se numa mulher pouco disposta a obedecer e a calar, como se espera de todas, e iniciará o caminho da aprendizagem da pregação, do proselitismo e dos milagres que haverá de conduzi-la à cruz.

Entretanto, sentado à direita do Pai, o espírito de Jesus aguarda transformar-se num ser corpóreo para ser proclamado filho de Deus, mesmo que tal demore mais do que o esperado, apesar dos esforços de um certo arcanjo que foi confinado ao reino deste mundo.

Evangelha acompanha a redentora e os seus apóstolos para os apresentar em toda a sua majestade ante nós e proclamar assim a boa-nova.

Mulheres da Clandestinidade

Vanessa de Almeida

Ao longo de todo o Estado Novo, a aposição a Salazar e Marcelo Caetano foi também feita por mulheres que com enorme sacrifício pessoal abandonaram as suas casa, a sua família, as suas terras, até o seu nome, para mergulhar na clandestinidade e a partir dali combater o regime.

Actuando na sombra, levando uma vida silenciosa e correndo inúmeros riscos todos os dias, a sua conduta constituiu um extraordinário exemplo de bravura, de sacrifício e de dedicação a uma causa cívica e política que contribuiu de forma decisiva para a queda de um regime ditatorial e para o advento da Democracia.

Recolhendo testemunhos de vida de mulheres que passaram por experiências tão marcantes, Mulheres da Clandestinidade resgata do silêncio vozes fundamentais de um combate singular e constitui, ao mesmo tempo, um merecido tributo a uma militância norteada por uma abnegação e por uma coragem que continuam a surpreender.

25 de Abril — Roteiro da Revolução

José Mateus, Raquel Varela, Susana Gaudêncio

Terminou no dia 25 de Abril de 1974 a ditadura do Estado Novo. Um grupo de oficiais das Forças Armadas pegou em armas e depôs um regime há muito decadente. Contra os vários apelos do MFA para que as pessoas ficassem em casa, tem início um processo que ficará conhecido como Revolução dos Cravos. A queda do Governo ficou marcada desde as primeiras horas por uma ampla participação popular direccionada contra os símbolos do regime deposto e nos meses seguintes pela existência de comissões de trabalhadores, moradores, soldados, que moldaram um país novo com direito ao trabalho, relações laborais mais protegidas ou aumentos salariais.

Porque estes dias foram também prova de actos de imensa ansiedade, coragem e solidariedade, este livro tem testemunhos dessa época – militares e civis, protagonistas anónimos e conhecidos –, bem como textos de historiadores que desenvolveram pesquisas inovadoras sobre a Revolução dos Cravos.

Tozé Brito - Eu Sou Outro Tu

Luciano Reis

Tozé Brito é um dos nomes maiores do panorama artístico português. A solo ou integrando alguns dos mais importantes grupos musicais (Quarteto 1111, Green Windows ou Gemini), foi o criador de êxitos como «Pensando em ti», «Bem Bom», «Amanhã de Manhã», «Recordar é Viver» ou «Olá, Então Como Vais?», que não só marcaram uma época, como passaram para a geração seguinte, continuando presentes na boca de todos.
Este livro acompanha o percurso de 50 anos de uma carreira singular, desde a infância do rapaz nascido nos arredores do Porto até à sua consagração, passando pelo despertar para a música, as aventuras nos bastidores, as peripécias das andanças na estrada ou o contacto com músicos como Sting, Bon Jovi ou Chico Buarque, entre outros, ou bandas como os U2. Autor de muitas centenas de canções, Tozé Brito é, indiscutivelmente, um dos mais aplaudidos e consagrados compositores, constituindo esta biografia uma merecida homenagem a tão extraordinário percurso artístico.

 

História da Companhia de Jesus em Portugal
Maria de Deus Beites Manso

Fundada por Inácio de Loyola, a Companhia de Jesus tornou-se numa das principais ordens religiosas no combate ao Protestantismo, na aplicação das determinações do Concílio de Trento e na promoção de missões fora da Europa. Com uma responsabilidade maior na doutrinação, desde a sua implantação no nosso país a Companhia de Jesus foi um dos agentes centrais da expansão portuguesa, revelando, desde sempre, uma notável capacidade de adaptação aos remotos lugares onde chegava – adotando costumes locais perante civilizações e religiões complexas, na Ásia; respondendo a condutas de poligamia, em África; defrontando-se, com práticas ancestrais de antropofagia, no Brasil, onde seria edificada uma rede de ensino notável.

Da autoria de uma das mais respeitadas investigadoras portuguesas, esta obra é não só um livro pioneiro sobre uma ordem religiosa que contribuiu de forma singular para o desenvolvimento científico da Europa e cujo legado o Papa Francisco renova, como constitui igualmente uma obra de extraordinária importância para a compreensão da História de Portugal.

 

A Inscrição dos Dias - Cartas para Q.
Pedro Martins

Em 1971, Portugal continuava a travar uma guerra inútil, que durava havia já uma década. Na Metrópole, a uma economia que acusava o esforço do conflito, juntava-se mais um atentado da Acção Revolucionária Armada, que destruía quase três dezenas de aviões e helicópteros da Força Aérea, em Tancos.

Do porto de Lisboa continuam a sair barcos carregados de militares. Num deles, o Niassa, com destino à Guiné, vai o narrador desta obra. E se o coração vai já apertado de saudades de Q., o seu amor, daquele território não chegavam notícias animadoras – o PAIGC estava já equipado com mísseis, fornecidos pela União Soviética, e a guerra não parecia ter um fim à vista.

Percorrendo os grandes temas de um país perdido na sua história (o salazarismo, a PIDE, o Tarrafal), os sentimentos mais genuínos (o amor, a solidariedade), mas também um quotidiano cruel, os medos e os fantasmas de uma geração, A Inscrição dos Dias – Cartas para Q. é uma obra intensa, uma descida aos infernos e, em simultâneo, um acto de libertação.

 

Tiro e Queda - Mortes que Mudaram a História
José Jorge Letria

Desde a Antiguidade Clássica até aos nossos dias, o exercício do poder esteve sempre sujeito à possibilidade de contestação – popular, política ou ideológica, entre outras formas. Em Portugal, mortes como as de Miguel de Vasconcelos, do rei D. Carlos ou do presidente Sidónio Pais alteraram definitivamente os destinos do nosso país; no estrangeiro, os assassinatos de Júlio César, do imperador Francisco Fernando ou do revolucionário Emiliano Zapata, mudaram, de forma profunda e decisiva, o rumo da História.

Movidas pelo ódio, pela inveja, pela ambição ou pela sede de poder e interpretadas pela insatisfação popular, por adversários políticos e ideológicos ou por familiares sedentos de glória, muitas foram as causas que motivaram alguns dos assassinatos mais cruéis que a Humanidade presenciou. Guia das grandes mudanças nos destinos das nações e dos impérios, Tiro e Queda – Mortes que Mudaram a História é uma obra fundamental para a compreensão da História da Humanidade, dos tempos mais remotos até à nossa contemporaneidade.

 

O Vale da Tentação
António Lopes

Talvez tudo tenha começado com a misteriosa colocação do padre António Serra numa aldeia do interior. Ou talvez com a suspensão do serviço religioso no lugar de São Sebastião da Ladeira, após o cura ter sido vítima de uma tentativa de agressão. Ou, talvez ainda, nas especulações que se geraram sobre os autores da ofensa.

Na verdade, toda a aldeia tinha bons motivos para não gostar de um padre com um comportamento pouco cristão: vivia com uma prima, a contrariada Hermengarda, era pai de uma rapariga e mantinha uma relação misteriosa com Diluviana, amada pelo intolerante João Pessanha. Por essa razão, as personagens que nos surgem vivem lado a lado com o sobrenatural, e os acontecimentos que se seguem nem sempre são o que parecem e conduzirão a um desfecho inesperado.

Reconstruindo com minúcia e humor um ambiente rural à beira da extinção, onde a vida não é fácil e se acredita que o Diabo anda à solta, O Vale da Tentação é uma obra que presta homenagem às histórias tradicionais, surpreende e seduz o leitor e confirma o talento literário de António Lopes.

 

Varela Gomes - Que outros triunfem onde nós fomos vencidos
António Louçã

Das biografias contemporâneas, a mais silenciada na História dos vencedores é, sem dúvida, a de João Varela Gomes. Em 1961, foi o primeiro militar no activo a candidatar-se pela oposição democrática. A sua enérgica agitação tornou-o na figura mais popular da campanha eleitoral – para muitos, «um novo Humberto Delgado». Pouco depois, na Revolta de Beja, pegou em armas contra a ditadura, tendo ficado gravemente ferido. Sobreviveu e enfrentou o Tribunal Plenário com um discurso que teve eco na imprensa internacional. Cumpriu a pena e, após o 25 de Abril, foi reintegrado no Exército como coronel. Durante a Revolução, dirigiu de facto a 5ª Divisão, que teve um papel decisivo para derrotar o golpe de 11 de Março de 1975. No 25 de Novembro, tentou opor-se ao estado de sítio, tendo, por isso, sido alvo de um mandado de captura e apontado no New York Times e no Le Monde como chefe de uma suposta insurreição. Depois de ter sido, em 1962, o primeiro a pegar em armas contra a Guerra Colonial, era, em 1975, o último a depor as armas perante a contra-revolução. Exilou-se e regressou a Portugal em 1979, ao abrigo da Lei da Amnistia. Nos anos seguintes, manteve uma incansável agitação política. Esta é a biografia de um homem que nunca se rendeu.

 

As Nacionalizações do PREC
Filipa Lino

Em 1975, Portugal estava num tumulto. Depois da Revolução dos Cravos, a agitação social instalou-se nas empresas. De um lado, estavam os administradores; do outro, a classe operária. Sucederam-se os plenários, as greves, os cadernos reivindicativos, as manifestações e os saneamentos. Os trabalhadores queriam «gente de confiança» na gestão. E pressionaram o Governo a agir. O golpe falhado liderado pelo general Spínola a 11 de Março foi o mote para que as reivindicações dos trabalhadores fossem acedidas pelo Executivo liderado por Vasco Gonçalves. O país entra no chamado Processo Revolucionário em Curso. Foi debaixo deste ambiente em convulsão que se sucederam em cascata inúmeros decretos-leis a nacionalizar as empresas; de um momento para o outro, o Estado tornou-se o dono de mais de 1300. Algumas por arrasto, em virtude de serem detidas pelos grupos económicos nacionalizados, como foi o caso de barbearias, floristas, restaurantes, hotéis ou pequenas fábricas de transformação de tomate. Baseado numa extensa investigação e nos testemunhos de protagonistas da época, As Nacionalizações do PREC é o retrato de um período que alterou a sociedade portuguesa.

 

O Deputado da Nação
Manuel da Silva Ramos e Miguel Real

Umbelino Damião nasceu pobre. Ainda jovem, emigrou para Paris, onde viveu o Maio de 1968, andou pelo Brasil fugido de Faustina, uma compatriota por ele tomada de amores, e combateu em Moçambique, na Guerra Colonial. De regresso a Lisboa, sem trabalho, decide abrir um bordel, frequentado pela alta sociedade, onde conhece o futuro presidente do Partido. Por essa razão, decide entrar na política, sendo deputado durante várias legislaturas. Fora do Hemiciclo, faz negócios pouco transparentes com autarcas e chineses e inventa um creme de leite de burra que faz rejuvenescer as mulheres.É um oportunista charmoso e um batoteiro simpático, os negócios prosperam, mas o seu grande sonho (ser porteiro do Moulin Rouge) continua por cumprir. Um dia conhece o misterioso professor Souto e a sua vida mudará. Idealizado por dois dos mais originais e consagrados escritores portugueses, O Deputado da Nação é uma maravilhosa mas implacável sátira à classe política e aos que em volta dela gravitam, sobrepondo os interesses pessoais aos da trauma-troiquizada sociedade actual.

 

Os Dias Portugueses de Isabel II
António Simões Brás

Quando Salazar, em plena Segunda Guerra Mundial, convidou Domingos de Souza e Holstein Beck, duque de Palmela, para embai­xador na Grã-Bretanha, não imaginaria que o diplomata e a mulher, Maria do Carmo, esta­belecessem com o rei Jorge VI, a rainha Isabel Bowes-Lyon, as princesas Isabel e Margarida e o duque de Edimburgo laços de amizade que haveriam de perdurar. Por essa razão, quando Isabel II se deslocou a Portugal, em 1957, Salazar proporcionou-lhe a recepção mais faustosa de todo o seu longo reinado. Porém, antes de iniciar o programa oficial, a monarca impôs, em tributo à ami­zade, passar privadamente um dia com os du­ques de Palmela, o que desagradou bastante ao Governo português. Isabel II regressaria em 1985, aproveitando para, além dos encontros protocola­res, rever amigos e com eles partilhar momen­tos de descontracção. Também os passos de Carlos e Diana em Portugal, em visita pouco depois, são abordados, sendo já visí­vel no casal um comportamento que levaria à sua definitiva separação. Resultado do acesso às memórias inéditas da duquesa de Palmela, de inúmeras entrevistas a membros da família, entre outras fontes, esta obra recupera os passos de Isabel II no nosso país, mostrando pela primeira vez a agenda privada de uma das figuras mais marcantes da História Contemporânea Universal.

 

As Grandes Divas do Século XX
Luciano Reis

Nomes como Amália Rodrigues, Laura Alves, Milú, Beatriz Costa, Maria Matos ou Amélia Rey Colaço, entre muitas outras, marcaram definitivamente o mundo do espectáculo português ao longo do século XX. Os rostos destas divas são-nos familiares desde sempre, algumas das suas míticas interpretações em filmes ou peças de teatro são ainda recordadas, as suas canções pertencem já ao património colectivo. Talentosas, bonitas, bem-sucedidas, pisaram com êxito os palcos e foram fonte de inspiração para gerações de mulheres. Rainhas do espectáculo que conquistaram multidões e corações, estas divas têm, no entanto, um lado menos conhecido: como qualquer mulher, tiveram sonhos e ambições, conheceram a ascensão e a queda, o reconhecimento e a solidão, acreditaram e viveram momentos de desânimo, sentiram invejas nos camarins, disputaram o estrelato, conheceram o amor e a traição. Contendo inúmeras imagens, algumas delas inéditas, As Grandes Divas do Século XX é um livro que nos permite conhecer a vida e a obra de algumas mulheres que marcaram o espectáculo e a sociedade nas últimas décadas.

 

Revolução e Contra-Revolução em Portugal
(1974-1975)
Armando Cerqueira

 

Com o advento do 25 de Abril, acreditou-se que a construção de um mundo melhor era possível. No entanto, depressa se percebeu que os caminhos do processo revolucionário se desviavam dos sonhos que durante décadas mobilizaram homens e mulheres por um país ávido de liberdade, de justiça e de igualdade.

Analisando em profundidade os acontecimentos que se seguiram ao dia 25 de Abril de 1974 e que culminaram no golpe de 25 de Novembro de 1975, nesta obra ficamos a conhecer a evolução das posições das diversas forças políticas, o papel desempenhado pelas Forças Armadas e pelos diferentes grupos político-militares que as integravam, a estratégia do Partido Socialista e dos partidos mais conservadores, as hesitações do Partido Comunista Português e da extrema-esquerda ou a forma como as potências estrangeiras interferiram no curso da Revolução. Olhar minucioso sobre os acontecimentos políticos e militares, rico em pormenores e resultado de décadas de reflexão, esta é uma obra fundamental para perceber melhor um período pouco estudado da nossa História Contemporânea.

 

As Jóias de Goa
Fernando Sobral

 

Goa, Maio de 1956. Enquanto se dança o mandó, adivinha-se o fim do império português do Oriente. O assassínio de um inglês que roubou as jóias de um marajá e que tem guardado um misterioso quadro com a imagem de São Francisco Xavier acaba com a paz aparente em que todos vivem.

Damasceno Alves, no meio do seu negócio de tráfico de ouro para a Índia, envolve-se numa misteriosa aventura onde se cruzam o amor e a ambição, o sonho e os pesadelos, o desejo e a ganância. Entre agentes da PIDE e defensores da integração de Goa na Índia, as jóias exercem uma atracção mortal. Ao mesmo tempo, entre Goa e Bombaim, Tania Savinkov e Yasmin, duas mulheres com interesses muito diferentes, cruzam-se na vida de Damasceno Alves. Corajosas, leais e irresistíveis, também elas lutam pelo seu destino. Numa Goa decadente e fascinante, todos querem saber onde estão as jóias do marajá, enquanto procuram esconder os próprios segredos. 

 

Vítor Alves - O Homem, o Militar, o Político
Carlos Ademar

 

Depois de ingressar na Escola do Exército, partiu para África, onde o contacto com a Guerra Colonial fez germinar no jovem alferes a consciência da incapacidade de o Estado Novo encontrar uma solução para o problema ultramarino, preocupação que o levará a ser investigado pela PIDE e que o levará a aderir ao MFA, de que será um dos líderes mais destacados. Em Democracia, Vítor Alves integrará o Conselho da Revolução, o Conselho de Estado e o Conselho dos Vinte.Dotado de espírito organizado, cortês e conciliador, exerceu funções diplomáticas, ministeriais e de conselheiro de Estado e da Revolução. Durante o «Verão Quente», esteve na origem do grupo moderado, responsável pelo Documento dos Nove. Como independente, abraçou a política, tendo estado na criação do PRD. Até ao fim, nunca deixou de lutar por causas cívicas e defender os direitos humanos.Resultado de incontáveis entrevistas ao mais discreto dos Capitães de Abril, a familiares e antigos camaradas e de profunda e rigorosa investigação em inúmeros arquivos, este livro é não só a biografia de um incessante defensor dos valores humanistas, como constitui, sobretudo, o retrato de uma personalidade singular, cujo percurso se confunde com a História de Portugal das últimas décadas.

 

Mitos Urbanos
Catarina Martins

 

Portugal assistiu a alterações profundas nos últimos anos. Não há nenhuma família que não tenha sido confrontada com o desemprego, com a emigração ou com a perda de rendimentos. O espaço público conheceu amplos debates sobre as trajectórias do défice e da dívida, as flutuações na balança de pagamentos ou sobre o desemprego. A economia não é assunto de alguns; é a vida de todos.Nos últimos meses temos sido inundados de novas previsões sobre o que nos espera e assistido à tentativa de reescrever o que aconteceu. O que ocorreu em Portugal nestes últimos anos é o tema deste livro, ao longo do qual são analisados os efeitos das políticas de austeridade no nosso país em áreas como a capacidade produtiva, o endividamento, o emprego, os salários ou o Estado Social, entre muitas outras, desmascarando as mentiras e o futuro que nos prepararam. Mitos Urbanos é uma obra necessária e actual, que não só revela os verdadeiros efeitos de políticas erradas sobre a vida de milhões de inocentes como constitui uma proposta alternativa para resgatar o presente e desenhar um outro futuro para Portugal. Porque quando a austeridade mata, é urgente fazer diferente.

 

Um Rasto de Alfazema
Filomena Marona Beja

 

Filipe Rolizo crescera a respirar os ares de cidade, mas conservara as lembranças da Quinta da Zamboeira, antiga propriedade da família. E as memórias dos aromas campestres, de um rio a correr para o Tejo, da vastidão da charneca e dos cavalos lusitanos, que sempre amara. Distraidamente, o rapaz vai crescendo, amadurece, faz-se homem. Surge, então, Ana Isabel e, anos depois, Isabelinha.Quando menos esperava, veio a crise, trazendo com ela o divórcio e o desemprego e também as perplexidades da vida. Rupturas. Mas também novos amigos, novas relações, Teresa e Ruben, que se aproximam arriscando amor. Como os balões, ao longe, subindo no horizonte e deixando-se ir para onde os empurra o vento. Será Filipe Rolizo capaz de voar em sentido inverso?Um Rasto de Alfazema marca o regresso ao romance de Filomena Marona Beja, que no seu característico estilo sincopado mas firme, alicerçado em frases de precisão singular, apresenta ao leitor uma obra memorável, que constitui uma extraordinária metáfora dos nossos dias.

 

Costa da Memória
Joaquim Magalhães de Castro

 

Seis séculos depois da chegada dos portugueses a Marrocos, o escritor-viajante e investigador Joaquim Magalhães de Castro percorre toda a costa oeste do Magrebe e da Mauritânia, de Ceuta a Dacar, com diversas incursões pelo interior montanhoso do Atlas e pelos espaços desérticos do Sara, em busca do património partilhado entre portugueses e marroquinos, resultante dos encontros e desencontros destes povos ao longo da sua história.

O contacto entre Portugal e Marrocos, ao contrário do que se pensa, nem sempre foi conflituoso; de um modo geral, revestiu-se de um misto de alianças, convivências e até miscigenações, mantendo-se bem vivas no quotidiano marroquino, ainda hoje, as marcas da presença lusitana – na arquitectura, na paisagem, nas lendas ou na memória.

No ano em que se assinalam os 600 anos das relações entre Portugal e Marrocos, Costa da Memória é a prova de que são muito mais fortes os laços que unem os dois países do que aquilo que os separa.

 

O Grande Livro das Mandalas para Colorir
 

 

Na tradição budista, as mandalas, enquanto símbolos representativos do Universo, são utilizadas como um método de meditação, em que o praticante foca a atenção nas suas formas e cores e a interioriza durante este processo de execução ou depois de o mesmo estar concluído.

Em O Grande Livro das Mandalas Para Colorir, para acompanhar o estado de serenidade que a mandala transmite, aliámos alguns pensamentos budistas e aforismos retirados do Dhammapada, o mais respeitado texto das escrituras sagradas do budismo Theravada, que terão sido ditados pelo próprio Buda. Estas máximas, além de servirem ao leitor como fonte de aprendizagem, também o acompanham durante o processo meditativo. Ao colorir as mandalas que aqui apresentamos, distribuídas de maneira harmoniosa com os textos budistas, é já proporcionada, ainda que subtilmente, a descontracção do organismo, a libertação das tensões do dia-a-dia e a organização dos pensamentos.

Tranquilizante natural, este é um livro apropriado a quem procura serenar a mente, a paz interior ou apenas um momento de relaxamento.

 

As Noivas do Sultão
Raquel Ochoa

 

Em 1793, Marrocos encontrava-se em guerra. Abdessalam, o filho designado pelo imperador para o suceder, à família real e às concubinas que saíssem de Casablanca. A viagem até Rabat não deveria demorar mais do que dois ou três dias, mas uma tempestade arrastou as embarcações para o Atlântico. Depois de quase perecer num naufrágio, a comitiva marroquina chegou à ilha da Madeira e depois aos Açores. Nesta ilha, foi obrigada a aceitar a ajuda de experientes marinheiros portugueses que a guiou até Lisboa, onde chegou bastante debilitada. Na capital do reino, mandatado pela rainha D. Maria I, Frei João de Sousa, um prestigiado arabista, mediou os encontros diplomáticos, tornando-se o homem que mais privou com as princesas marroquinas. Mas a presença da inusitada comitiva estendeu-se por mais tempo do que o esperado e dentro do grupo de concubinas nem todas pareciam querer, voltar a Marrocos. Baseado em factos reais e alicerçado numa profunda investigação histórica, As Noivas do Sultão é um romance apaixonante que confirma Raquel Ochoa como uma das grandes escritoras da actualidade.

 

São Martinho do Porto - Momentos...
Filipa Vera Jardim e Pedro Soares de Mello

 

Terra de origens perdidas na noite da História de Portugal, São Martinho do Porto conserva uma beleza ancestral que a cada dia se renova. Por aqui passaram D. Afonso Henriques, D. Manuel ou D. Sebastião, este lugar marcou figuras como Ramalho Ortigão, Roque Gameiro, Eugénio de Castro ou D. João da Câmara, aqui foram construídas as caravelas que levaram Portugal a todo o mundo – a África, às Américas ou ao longínquo Oriente.

Mas São Martinho do Porto é, sobretudo, um local de afectos. À população local, que com a sua fé, a sua coragem, o seu labor e os seus anseios são os principais obreiros de um lugar mágico, juntam-se a cada Verão inúmeras famílias, que ali regressam trazendo consigo novos amigos, pois sabem que essa terra é também a sua casa, na qual reencontram ou fazem novas amizades enquanto admiram o mais deslumbrante pôr-do-sol existente em Portugal. São Martinho do Porto é um lugar de encanto, testemunho que os mais velhos passam aos mais novos, que o eternizam pelas gerações seguintes, encanto bem presente nos textos e nas fotografias deste livro.

 

A Moura e o Príncipe
Luís Lourenço

 

Nos anos que antecederam a proclamação do primeiro rei, Afonso Henriques percorria as terras do Condado Portucalense erigindo castelos e fortalezas, conquistando territórios aos mouros e conhecendo as gentes que haveriam de povoar as aldeias e as cidades portuguesas.

Vagueando entre cristãos, judeus, moçárabes e sarracenos, numa das suas viagens o futuro rei conhece Fátima, moura de extraordinária beleza que será a guardiã de segredos que podem colocar em risco o futuro do reino. Poderá o valente guerreiro cristão resistir aos encantos da moura sem comprometer o rumo do país que está a surgir?

Fazendo uso de uma encantatória e refinada capacidade descritiva, Luís Lourenço concebe um romance sobre o amor, a honra e a tolerância, apresentando ao leitor uma extraordinária recriação do ambiente da época e construindo um retrato singular do homem que fez nascer Portugal.

 

Parem as Máquinas!
Gonçalo Pereira Rosa

 

Conhece a capa da revista TIME que enfureceu Salazar ou a manchete que anunciou em primeira mão a eleição de um papa português? Ou a heróica aventura de Urbano Carrasco, o jornalista que desafiou a erupção do vulcão dos Capelinhos e depositou uma bandeira nacional no solo da nova ilha açoriana? Sabia que o Repórter X foi cruelmente «assassinado» numa pensão da Rua dos Fanqueiros, descrevendo depois o crime nas páginas de O Século, ou que Fernando Assis Pacheco assistiu a um «homicídio» na Sociedade Nacional das Belas-Artes?

Recorrendo a arquivos ainda virgens e à memória oral de testemunhas e participantes e reconstituindo episódios do jornalismo português, este livro é uma cápsula do tempo do jornalismo português desde o final do século XIX até ao período democrático.

Recuperando as proezas jornalísticas de Ferreira de Castro, Acúrcio Pereira, Reinaldo Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, Eduardo Gageiro ou Norberto Lopes, entre muitos outros, Parem as Máquinas! é uma obra singular, divertida e surpreendente, que dá a conhecer ao leitor as mais extraordinárias, insólitas e rocambolescas aventuras que fizeram o jornalismo, mas é também um tratado de amor aos jornais que fizeram a sociedade portuguesa.

 

O Pintor Excessivo
Manuel Tomás

 

A vida de António Vicente da Costa, o pintor excessivo, sempre constituíra um mistério para os seus amigos: a sua infância era pouco conhecida, do seu êxito artístico e comercial pouco se sabia, o casamento havia fracassado, a relação com os filhos era inexistente. As excepções são Maria do Carmo, devotada admiradora e amante que o acompanhará até ao fim, e o narrador, fiel confidente e cúmplice de aventuras.

Enquanto se aguarda o enterro do pintor, o narrador, homem de ideias e sentimentos livres, conversa com um amigo sobre a vida do artista que conhecera na intimidade. Aos poucos, a vida do pintor vai sendo revelada, apresentando ao leitor um homem que em tempos de ditadura se exprimiu livremente, que foi um amante dedicado ou um artista obsessivo, mas também, e sobretudo, um homem que tudo fez para ser feliz.

Decorrendo entre Lisboa e a geografia das ilhas açorianas, com uma narrativa servida por uma intensa carga poética, O Pintor Excessivo é a estreia no romance de um dos mais representativos poetas dos Açores – Manuel Tomás.

 

Viagens Pagãs
Fernando Dacosta

​

Deambulando pela mais recôndita ilha dos Açores, cujo cemitério deu as boas-vindas ao marechal Carmona; por África, onde Samora Machel voltou a surpreender com novas frases arrebatadoras; ou pelo Rio de Janeiro, num Carocha com Agustina Bessa-Luís relembrando os últimos dias de Marcello Caetano, entre outras extraordinárias histórias, Fernando Dacosta conduz-nos pelos lugares mais marcantes que visitou.

Uma prosa cativante, recheada de inúmeros momentos insólitos e divertidos que proporcionam ao leitor um prazer infinito, ao mesmo tempo que revive a História e os feitos dos portugueses, faz de Viagens Pagãs uma obra memorável e confirma o autor como um dos melhores contadores de histórias do nosso tempo.

 

«O marechal Carmona, que uma vez visitou, por um dia, o Corvo, foi recebido com um cartaz gigantesco dizendo: “Seja bem-vindo a esta terra!” O cartaz estava no cemitério.»

 

«Ramalho Eanes foi o político português que mais dignificou África. Profundo conhecedor dela, foi a ela que dedicou a sua primeira viagem como Presidente da República. Recebido festivamente em Maputo, Samora Machel apresentou-o aos seus de forma surpreendentemente expressiva: “Camaradas, este é o nosso antigo patrão!”»

 

A Família Portuguesa no Século XXI
António Coimbra de Matos, Carla Maia, Catarina Pinheiro Mota, Eduardo Sá, Graça Milheiro, Helena Osswald, Inês Relva, João Seabra Diniz, Jorge Gato, Luísa Pimentel, Luísa Santos, Madalena Alarcão, Magda Rocha, Manuel Lemos Peixoto, Manuela Fleming, Manuela Porto, Margarida Gaspar de Matos, Maria João Valente Rosa, Maria Saldanha, Nicolau Fernandes, Orlando von Doellinger, Otília Monteiro Fernandes, Paulo Delgado, Paulo Milheiro, Rui Nunes, Sónia Remondes Costa, Teresa Goldschmidt e Teresa Paula Marques.

​

De que falamos quando falamos de família na sociedade portuguesa do século XXI? Formulada a historiadores, psicólogos, professores, demógrafos, sociólogos, assistentes sociais, psicanalistas, psiquiatras, mediadores e terapeutas familiares ou jornalistas, entre outros profissionais e investigadores, este livro pretende dar-nos algumas respostas a esta pergunta.

Esta obra constitui um olhar alargado sobre a realidade das famílias portuguesas, porque, embora tenhamos intitulado este livro no singular, sabemos que se trata de uma realidade plural, que só muitos e diferentes olhares poderão captar na sua infinita variedade.

Abordando problemáticas tão diversas como o divórcio, as novas formas de casamento e de família, a adopção, o acolhimento e a mediação familiar, a delinquência, a violência ou a doença no seio da família, entre muitas outras realidades, cerca de trinta especialistas da família dão-nos, pela primeira vez em Portugal, em textos rigorosos e científicos, o seu parecer sobre os (des)conhecidos e muito distintos universos familiares.

A Família Portuguesa no Século XXI é um livro fundamental para olhar com rigor a sociedade portuguesa dos nossos dias.

 

Impunidade das Trevas (detalhe do quadro «Portugal, rumo à Vitória!»)
Manuel da Silva Ramos

​

De um país mergulhado até aos ossos na tirania da austeridade, no banho-maria da corrupção e na impunidade dos banqueiros, gestores estatais e outros infractores de colarinho branco, ergue-se Camila, uma jovem mulher, bela e misteriosa, que à sua maneira não desiste de lutar contra o marasmo circundante, a ganância dos poderosos e a opressão que trucida os mais desfavorecidos.

Certo dia, num bar de um hotel, Camila trava conhecimento com Domingos Souto, um professor da Universidade de Aix-en-Provence. Seduzido pelos originais métodos de vingança política de Camila, o lente não hesita em apoiá-la num combate árduo e desigual contra as vilanias que assolam a sociedade portuguesa.

Confirmando Manuel da Silva Ramos como o mais original escritor português, Impunidade das Trevas (Detalhe do quadro «Portugal, rumo à Vitória!») é não só um romance cru, trágico, surpreendente e hilariante, mas também um retrato do Portugal pós-tróica, uma singular história de amor e, sobretudo, um apelo à intervenção cívica dos portugueses.

 

Manifesto em Defesa de uma Morte Livre
Miguel Real

​

A eutanásia tem vindo gradualmente a impor-se como um tema da maior relevância, suscitando nos mais diversos sectores da sociedade contemporânea um amplo e activo debate.

Considerada ainda por muitos como um tema interdito, e encarados com desconfiança os seus defensores, a possibilidade de escolher pôr termo a um sofrimento por muitos considerado desnecessário não pode, também em Portugal, continuar a ser um assunto incómodo de abordar. Pelo contrário, a eutanásia deve ser discutida séria e abertamente, pondo em diálogo as diferentes sensibilidades religiosas, filosóficas, académicas, etc.

Desta forma, este Manifesto em Defesa de um Morte Livre pretende ser um contributo para fomentar um debate que não pode ser ignorado e que cada vez mais se impõe.

Porque a liberdade, a dignidade e, sobretudo, a vida são bens supremos.

 

História da Criança em Portugal
Maria João Martins

​

O que tiveram em comum as infâncias de D. Afonso Henriques, Luís de Camões e dos nossos próprios avós? Na verdade, quase nada, à parte as dores associadas ao aparecimento dos primeiros dentes e as dificuldades de adaptação ao mundo. Ser criança é um estado condicionado pela sociedade e pela cultura, que variou ao longo dos séculos, ao sabor da própria História.

História da Criança em Portugal é uma viagem fascinante pela história do nosso país, desde o nascer da nacionalidade até aos nossos dias: surpreendemos as crianças nos seus jogos e brincadeiras, no quarto de vestir ou na escola, mas também na oficina, na eira, no orfanato ou no hospital.

Neste livro ficamos a saber como eram educados os reis com vista à futura governação do país, como apareceu a moda infantil, qual o papel da escola após a implantação da República ou a conhecer o lugar da criança na sociedade de consumo contemporânea.

Obra didática e rigorosa, surpreendente e divertida, História da Criança em Portugal é um trabalho inédito na historiografia nacional que não deixará nenhum leitor indiferente.

 

O Exército Iluminado
David Toscana

​

Ignacio Matus é um professor que, ano após ano, não hesita em transmitir aos alunos a vergonha nacional que constituiu a perda do estado mexicano do Texas para os Estados Unidos da América, o que leva à sua expulsão do estabelecimento de ensino.

Ferido no seu patriotismo, decide formar um exército no qual se alistam crianças deficientes, que sai da cidade de Monterrey com a missão de atravessar o rio Bravo para recuperar o Texas e, com ele, a dignidade nacional.

Ao chefiar este louco plano militar, Ignacio Matus revela um antiamericanismo que se deve não só à perda do território mexicano, mas também à firme convicção de que um atleta norte-americano lhe arrebatou a glória nas Olimpíadas de Paris.

Romance inquietante, irónico e comovente, onde os fracassos das personagens os transformam em verdadeiros heróis, O Exército Iluminado ilustra o génio literário de David Toscana, confirmando-o como um dos mais talentosos e originais escritores dos nossos dias.

 

À Mesa com Frida Kahlo
Luz Martínez

​

Em poucos países a história estará tão representada na gastronomia como no México. À enorme diversidade de sabores, cores e ingredientes da cozinha pré-hispânica, juntou-se uma variedade de pratos resultante do contacto com os espanhóis, originando uma gastronomia rica, variada e mundialmente reconhecida.

Também a cultura está muito presente na cozinha mexicana, sendo Frida Kahlo um exemplo particularmente cativante. A grande pintora gostava de cozinhar à maneira antiga e usando métodos tradicionais, organizando longos serões com pratos que deliciavam não só o seu amado Diego como também os inúmeros amigos que acorriam à Casa Azul.

Em À Mesa com Frida Kahlo, cada receita é apresentada de uma forma clara, desde a sua preparação até ao acto de servir, e enriquecida com sugestões e truques. Ao longo do livro, os leitores podem conhecer igualmente a história de alguns ingredientes, utensílios ou pratos mexicanos, bem como aspectos da vida e a obra da artista. Desta forma, são apresentadas algumas curiosidades sobre o seu percurso, reproduzidos com uma explicação alguns dos seus principais quadros e apresentada uma cronologia com os momentos mais relevantes da vida de Frida Kahlo. O resultado é um livro inovador e surpreendente que fará as delícias de qualquer amante da cozinha e da grande pintora mexicana.

 

Como Se Fosse a Última Vez
António Lopes

​

A vida de C. parecia perfeita: era uma mulher bonita e inteligente, tinha um casamento realizado, um emprego estável, uma vida tranquila. Um dia, inesperadamente, o seu corpo é encontrado sem vida. Estamos perante um suicídio? Foi a jovem e bela mulher assassinada?

Enquanto o marido, homem egocêntrico e ambicioso, e a melhor amiga, racional e objectiva, procuram entender as razões da morte, o aparecimento em cena de um amante solitário e de um enigmático amigo poeta complicam uma explicação.

A par destas quatro vozes que relatam a secreta, enigmática ou frustrada relação que mantinham com a vítima, numa tentativa de compreender o mistério em volta desta morte, também a polícia vai fazendo o seu trabalho. Que segredos escondem estas quatro pessoas?

Obra de intenso mistério, Como se fosse a última vez é uma viagem às profundezas das emoções humanas e uma inteligente procura do sentido da vida. Sobretudo, quando o desejo de a viver é incontrolável…

 

Grandes Soberanos Destronados
Américo Faria

​

Ao longo da História da Humanidade e desde tempos imemoriais, muitos são os exemplos de reis e imperadores que são forçados a abdicar da sua governação. Insatisfação popular, revoltas familiares, intrigas palacianas ou simples desistência pessoal estão na base de grandes mudanças nos destinos de nações e de impérios.

Do aguerrido D. Sancho II, de Portugal, ao ponderado D. Pedro II, do Brasil, do feroz Vitélio, de Roma, ao tranquilo Leopoldo, da Bélgica, entre muitos outros soberanos, este livro apresenta os motivos e descreve as façanhas que levaram às suas deposições.

Numa viagem memorável por diversas épocas e civilizações, Grandes Soberanos Destronados é um livro essencial a todos os amantes das grandes mudanças que marcaram a História da Humanidade.

 

Os Filhos Esquecidos do Império
Joaquim Magalhães de Castro

​

Desde o início da expansão ultramarina no Oriente, alguns dos mais fascinantes episódios da História de Portugal foram protagonizados por actores à revelia da política oficial da Corte em Lisboa. Exploradores destemidos, nobres sem terras à procura de um reino, aventureiros sem medo, comerciantes ávidos ou meros soldados-da-fortuna partiram à descoberta do mundo e ficaram maravilhados com novas paisagens, novos costumes, novas gentes.

Nos arredores de Malaca, estão ainda bem vivos os descendentes dos cavaleiros que, em 1511, com Afonso de Albuquerque, conquistaram esta importante praça-forte. Em várias aldeias do interior da Birmânia, a herança deixada pelos soldados de Filipe de Brito de Nicote, que ali chegaram há quatro séculos, continua a manter a sua identidade. Na ilha de Samatra, o «tsunami» de 2004 devastou a costa leste, fazendo desaparecer praticamente uma comunidade lusodescendente ali instalada após um naufrágio ocorrido no século XVI.

Desfeitos os sonhos, o que resta da presença portuguesa no Oriente? Neste livro, o viajante Joaquim Magalhães de Castro retrata a fantástica saga das comunidades que mantêm vivas a alma e o sangue portugueses em lugares recônditos do planeta, fazendo de «Os Filhos Esquecidos do Império» uma obra surpreendente e ao mesmo tempo fascinante.

 

Pavel - Um Homem não se Apaga
Edmundo Pedro

​

Francisco Paula de Oliveira, o mítico Pavel, é um dos mais misteriosos combatentes antifascistas portugueses. Aderindo desde muito jovem ao Partido Comunista Português, as suas qualidades de militante levaram-no a dirigir interinamente o Partido, sendo considerado o sucessor natural de Bento Gonçalves, o secretário-geral a cumprir pena no Tarrafal.

Em Maio de 1938, depois de se evadir da cadeia do Aljube, Pavel foge para França. O Partido Comunista, que havia colaborado na evasão, abandona subitamente o seu militante, abrindo caminho à inesperada e surpreendente ascensão de Álvaro Cunhal a secretário-geral.

Desprezado pelos seus camaradas, Pavel assume o nome de Antonio Rodríguez, um galego morto durante a Guerra Civil de Espanha, e exila-se no México, onde se tornaria num dos mais prestigiados intelectuais do século XX. Neste país, escreveu nos mais importantes jornais e revistas, fundou o Clube de Jornalistas, lutou contra as injustiças de que eram vítimas os indígenas, foi agraciado por diversos Presidentes da República, o seu nome foi atribuído a salas de museus, auditórios, escolas, ruas… Considerado um dos principais teóricos da pintura muralista, foi amigo de Frida Kahlo e de Diego Rivera, entre inúmeros intelectuais, e o seu prestígio difundiu-se internacionalmente.

Apesar destes feitos grandiosos, este homem é ainda desconhecido em Portugal e o seu nome continua a ser um tema incómodo para o Partido Comunista. Pavel - Um Homem não se Apaga é a tão esperada biografia do mais enigmático militante comunista português.

 

No Limite da Dor
Ana Aranha, Carlos Ademar
​

Quarenta anos depois do «dia inicial, inteiro e limpo», antigos presos políticos falam da sua passagem pelas cadeias do Estado Novo. Num exercício muitas vezes doloroso, resgatam do fundo das suas memórias um passado violento que se traduz em testemunhos intensos, amargurados ou tranquilos, ressentidos ou indultados.

Baseado no programa homónimo da Antena 1, No Limite da Dor é um tributo à coragem de todos os lutadores que passaram muitos dias e muitas noites sem dormir, humilhados e torturados, de seres humanos cujo corpo e alma foram reduzidos à sua expressão mais primária, vítimas da barbárie das polícias de Salazar e de Marcelo Caetano.

Este livro é um testemunho vivo, mas é também uma homenagem a todos os homens e a todas as mulheres que, tendo descido aos infernos, não permitiram que lhes fosse roubada a crença num ideal de justiça e de liberdade, pelo qual lutaram heroicamente.

Documento histórico singular, No Limite da Dor é uma obra fundamental para se conhecer melhor uma página negra do passado recente de Portugal. Para que a História não se repita. Nunca mais.

 

O Segredo do Hidroavião
Fernando Sobral
​

No dia 16 de Julho de 1948, o hidroavião Miss Macau fazia mais uma viagem entre Macau e Hong Kong. Entre os passageiros embarcados estava um grupo de chineses que haveria de tentar sequestrar o hidroavião, fazendo com que este se despenhasse nas águas do mar, matando tripulação e passageiros. O único sobrevivente seria assassinado anos depois, junto à porta da cadeia, após a sua libertação. Por que razão?

O preço do ouro, cuja regulação definida pelo Tratado de Bretton-Woods durante a II Guerra Mundial levara ao comércio ilegal, dera origem a um frenesim na circulação deste metal precioso na zona. Mas naquele dia de Verão, o aparelho da Matco/Cathay Pacific transportava também algo bastante desejado por muitas e influentes pessoas de Macau e da China. Quem está por detrás da tentativa de sequestro do Miss Macau, a primeira da história da aviação? E porquê?

A partir de um facto histórico, Fernando Sobral constrói um empolgante thriller, levando até ao leitor o jogo de interesses políticos em conflito na China de Mao Tsé-Tung e criando, ao mesmo tempo, um retrato fiel do universo de intrigas e ambições, de receios e interesses da comunidade portuguesa em Macau. Um romance histórico apaixonante! 

 

Perfumes Eróticos em Tempo de Vacas Magras
Manuel da Silva Ramos (Ilustrações de João Pedro Lam)
​

Perfumes Eróticos em Tempo de Vacas Magras é um livro singular. Porque é uma obra para saborearmos à lareira ou para levarmos para a praia (no Inverno, quando o sol é mais clemente, mas também no Verão, época em que chove menos), porque é um livro culto e divertido, didáctico e pós-moderno. Ou, apenas, porque é uma obra de um dos mais originais escritores portugueses – Manuel da Silva Ramos (monsieur, s’il vous plait…).

Neste livro podemos encontrar histórias para serem lidas enquanto se espera pelo autocarro matinal a caminho da fábrica, durante o check-in de uma viagem de jovens finalistas a Varadero, enquanto se aguarda pelo INEM, que vem célere em socorro de um peão recém-atropelado, ou para saborear durante uma pisadela de um tacão afiado na intimidade do jogo amoroso.

De Viana do Castelo ao castelo de Paderne, do arsenal da Marinha à Marinha Grande, da transmontana aldeia da Carrapatosa às longínquas florestas da ilha de Java, Perfumes Eróticos em Tempo de Vacas Magras é uma obra que estimula o prazer (da leitura ou outro) em qualquer parte do globo. 

A Montanha e o Titanic
Luísa Franco (Edição de Miguel Real)
​

No dia em que recebe a notícia que autoriza a sua aposentação, Luísa Franco é uma mulher naturalmente feliz. Professora do ensino secundário durante mais de 30 anos, poderia finalmente descansar. Mas esse dia haveria de trazer-lhe também uma novidade devastadora e para a qual não estava preparada: o resultado das análises médicas a que procedera não deixava margem para dúvidas, explicando as dores, as manchas no corpo e a ausência de vigor muscular que vinha sentindo nas últimas semanas – sofria de leucemia mielóide aguda.

Confrontada com esta situação e tendo consciência de que não lhe resta muito tempo de vida, decide enfrentar um último desafio: escrever a história de Álvara Bitancurt e de Manuel Franco, seus avós, vítimas do naufrágio do Titanic.

Com edição de Miguel Real, que fixou definitivamente o texto, e agora apresentada a título póstumo aos leitores, A Montanha e o Titanic é uma obra intensa, emotiva e, nalguns casos violenta, na qual realidade e ficção se vão intercalando, que não deixará nenhum leitor indiferente.

 

Tempo de Combate
Baptista-Bastos
​

Quarenta anos depois do fim da ditadura, Portugal vive momentos extraordinariamente difíceis e perigosos. Os jovens não têm emprego, os estudantes não têm condições para aprender, os trabalhadores não têm protecção e os idosos estão cada vez mais abandonados. A pobreza instalou-se em todos os sectores da sociedade portuguesa, levando a um êxodo para o estrangeiro como o país não conhecia há meio século.

O país está hoje refém de uma estratégia liberal cujos resultados têm sido terríveis para os portugueses. Palavras como «Esperança» ou «Amanhã» desapareceram do vocabulário quotidiano.

Com a mesma coragem que demonstrou quando foi despedido por motivos políticos durante a ditadura salazarista, Baptista-Bastos traça nesta obra um retrato amargo mas lúcido de uma época em que a governação é exercida sem rumo e entre escândalos, atropelando leis, derrubando direitos e dilacerando ideais.

Tempo de Combate não é apenas um livro necessário para meditarmos sobre esta triste e perigosa realidade; é um livro urgente para agirmos civicamente. Enquanto há tempo.

 

O Carteiro de Fernando Pessoa
Fernando Esteves Pinto
​

Num edifício da Rua Coelho da Rocha, em Lisboa, onde vive Fernando Pessoa, um cadáver é encontrado em circunstâncias misteriosas.

Ao lado do corpo, cuidadosamente disposto em cima da cama, foi encontrado um fato de homem, incluindo chapéu e sapatos. Porém, não são visíveis quaisquer sinais de violência. Estaremos perante um suicídio? Perante um crime passional?

Nas relações entre os habitantes e os peculiares visitantes do edifício – um polícia reformado obcecado pela vigilância, um carteiro submisso com uma amante no prédio, uma mulher enlouquecida pela paixão ou um poeta com várias personalidades – pode estar a chave do enigma.

Obra intensa para saborear demoradamente, jogo constante de sombras e luzes, certezas e dúvidas, exaltações emocionais e estados depressivos, O Carteiro de Fernando Pessoa explora a complexidade das relações humanas e a inquietação afectiva provocada pelo estado amoroso, consagrando Fernando Esteves Pinto como um dos mais singulares narradores da actualidade. 

Regicídios Que Mudaram a História
Américo Faria
​

Ao longo da História da Humanidade, senhores de gloriosas nações e incontável poder viram a sua liderança tragicamente abalada pela insatisfação de um povo revoltado, subjugada pelo poder de outro império ou cobiçada por um familiar ambicioso.

Do louco Tibério, de Roma, ao mais sensato Gustavo III, da Suécia, passando pelos apaixonados Alexandre e Draga, da Sérvia, pelo irascível Paulo I, da Rússia, ou por D. Carlos, apaixonado por oceanografia, Regicídios que Mudaram a História apresenta ao leitor o destino trágico de reis e imperadores cuja morte trouxe um novo rumo à vida do seu país.

Viagem  empolgante pelos principais atentados reais verificados ao longo dos tempos, Regicídios que Mudaram a História é uma obra indispensável para todos os que se interessam pelos acontecimentos que marcaram a Humanidade.

Nunca Eu Sem Ti
Alberto Eiguer
​

Ninguém existe isoladamente, nem existe se não estiver ligado a um outro, a muitos outros. Numa linguagem concisa e rigorosa, Nunca Eu sem Ti explica-nos porque é que cada ser humano é, ao mesmo tempo, uno e múltiplo, porque «eu sou vários outros, ao mesmo tempo eu próprio e todos esses outros que estão em mim».

«Na companhia dos outros, [cada um de nós] pode ser mais forte, mais inventivo e estar em melhores condições para se conhecer a si mesmo.»

«O que conta não é tanto aquilo que um aprecia no outro, mas antes o facto de o

observar e de lho comunicar.»

«Na ternura não há sujeito único.»

«O acesso à verdade é uma arte: a arte de compreender.»

Ana de Londres
Cristina Carvalho
​

Nos anos 60, Portugal vive a angústia de ver partir a sua juventude para a guerra. Fechado sobre si mesmo, é um país triste e retrógrado que contrasta com a explosão de vida na Europa. Neste ambiente, Ana, com dezoito anos, não consegue realizar os seus sonhos. Contra a vontade dos pais, que a empurravam para um futuro que não desejava, confiante no amor, parte para Londres. Na capital inglesa, planeia uma nova vida, independente e livre junto de quem mais ama, João Filipe, que fugira da Guerra Colonial. Mas estará Ana preparada para enfrentar tantas e tão intensas transformações?

Cristina Carvalho, escritora que a cada novo livro confirma uma originalidade admirável, surpreende com Ana de Londres, memória de uma juventude que escolheu a emancipação e ousou libertar-se das amarras de uma sociedade redutora.

Obra intensa, ilustrada com a visão talentosa do pintor Manuel San-Payo e com um esclarecedor prefácio de Miguel Real, este livro apresenta não só um retrato impressionista de um tempo histórico que deixou profundas marcas individuais e colectivas na sociedade portuguesa, como constitui o retrato de uma geração que não teve medo de viver.

Mensagem de Fernando Pessoa
Comentada por Miguel Real
Fernando Pessoa / Miguel Real / Ilustrações de João Pedro Lam
​

A Mensagem, obra maior da poesia contemporânea, é um dos textos essenciais da cultura portuguesa.

Esta edição de uma das mais famosas criações de Fernando Pessoa analisa detalhadamente cada poema, desvenda as palavras do poeta e clarifica a informação histórica que lhe está subjacente.

Elaborada de forma a possibilitar uma leitura acessível, quer ao aluno do ensino secundário, quer ao leitor mais íntimo da obra pessoana, Mensagem comentada por Miguel Real é uma obra obrigatória para se conhecer de forma mais profunda e rigorosa o maior poeta do século XX e um dos textos fundamentais da cultura portuguesa.

Na Senda de Fernão Mendes Pinto
Joaquim Magalhães de Castro
​

Fernão Mendes Pinto é o maior dos aventureiros portugueses. Partindo para a Índia em 1537, viajou durante mais de vinte anos pelo distante Oriente como soldado, corsário, comerciante ou embaixador. Quase cinco séculos depois, com a mesma curiosidade que moveu Fernão Mendes Pinto, Joaquim Magalhães de 

Castro seguiu durante vinte e cinco anos as pisadas do herói quinhentista. Da Etiópia a Java, do Vietname ao Japão, da Índia à Tartária, o viajante contemporâneo percorre os lugares antes visitados pelo pirata português, buscando neles histórias e partilhando emoções, enquanto procura em cada aldeia ou porto vestígios da presença lusitana e a universalidade de cada ser humano. 

No ano em que se assinalam os 500 anos da chegada dos portugueses à China, Na Senda de Fernão Mendes Pinto constitui uma justa homenagem ao maior aventureiro português de todos os tempos.

Depois do Adeus
Catarina Dias e Inês Gomes
​

Depois de muitos anos de uma tranquila existência em Angola, durante o Verão de 1975 a família Mendonça foi obrigada a deixar a vida confortável que levava e viu-se obrigada a fugir para a Metrópole. Álvaro, Maria do Carmo, Ana e João perderam tudo o que tinham, tudo o que haviam construído. Em Lisboa, capital de um país desconhecido, num clima de agitação política e à beira da guerra civil, teriam de reconstruir as suas vidas. 

Sem dinheiro, sem tecto e sem esperança, a família Mendonça inicia então uma longa batalha para ultrapassar todas as dificuldades, igual à de milhares de famílias que chegaram nas mesmas condições e que enfrentaram uma sociedade que as recebeu com hostilidade. Mas quando a sua vida parecia recompor-se, um segredo guardado durante mais de vinte anos faz tremer a harmonia familiar.

Depois do Adeus, baseado na série homónima que prendeu os portugueses à televisão durante vários meses, não só reconstrói habilmente o Portugal da década de 70, mostrando-nos uma sociedade com um forte desejo de libertação, o fervilhar político após a Revolução ou um quotidiano marcado por uma intensa agitação social, como constitui um retrato fiel de um drama que continua a marcar de forma pungente a sociedade portuguesa contemporânea.

Destino: Sul
Mateus Brandão
​

A vontade de partir e de conhecer novos lugares para compreender melhor o nosso próprio lugar no mundo é um dos mais antigos desejos do ser humano. Por esta razão, não admira que Mateus Brandão se tenha um dia despedido da família para se fazer ao caminho, iniciando uma corajosa odisseia para um viajante com a sua idade, que o levaria desde o Cabo Norte, na Noruega, ao Cabo Agulhas, na África do Sul.

Jornada após jornada, foi conhecendo pessoas invulgares, aprendendo hábitos novos, trocando afectos, partilhando contrariedades ou sentindo a bondade de uma família ocasional. Depois de muitos meses a viver uma experiência singular, regressa a casa mais enriquecido e decide contar a sua história – Destino: Sul. Para regozijo do leitor.

Os Retornados Mudaram Portugal
Fernando Dacosta
​

Os Retornados Mudaram Portugal é uma importante síntese dos reflexos causados na sociedade nacional pelo trágico regresso dos portugueses residentes em África nos anos de 1974 e 1975, naquele que constituiu um dos êxodos mais trágicos do Ocidente.
Quase quatro décadas depois, muitas centenas de milhares de portugueses continuam a carregar esse sentimento de amputação, essa saída forçada de uma terra que consideravam sua. Como conseguiram vencer, integrar-se numa sociedade que os olhava com desconfiança e os recebeu com hostilidade? Continuam a trazer África no coração? Esta obra de Fernando Dacosta é porto de abrigo para essas e muitas outras inquietantes perguntas, uma voz dá voz às frustrações, aos anseios, às carências de milhares de outras vozes. Os Retornados Mudaram Portugal é uma obra de leitura obrigatória para se compreender a sociedade portuguesa actual.

O Chalet das Cotovias

Carlos Ademar

​

Certa manhã de Agosto de 1936, Luís Lencastre, um advogado de Lisboa, saiu apressado do Café Gelo, no Rossio, para tomar o comboio com destino a Sintra. Momentos antes, soubera que Rosinha, a sua irmã mais nova, era uma das convidadas para o evento que ia decorrer no famoso Chalet das Cotovias, localizado naquela vila. Não voltou a ser visto com vida.

O Chalet das Cotovias era frequentado pelas figuras femininas da alta sociedade lisboeta. Mas além de saraus de poesia, exposições de pintura ou concertos musicais que o clube nele instalado promovia com alvoroço mediático, o palacete escondia outras actividades menos próprias perante uma sociedade que aos poucos abandonava o liberalismo de costumes adquirido ao longo da Primeira República: a realização de encontros lésbicos, envolvendo filhas ou mulheres de conhecidos políticos ou de importantes homens de negócios. O que tem a morte de Luís Lencastre que ver com o que se passa na misteriosa casa? O que pensam os agentes da Polícia de Investigação Criminal? E pensarão o mesmo os seus colegas da PVDE?

Partindo de um crime real e de uma casa que ficou célebre num período em que Salazar ia consolidando o Estado Novo, o autor de O Homem da Carbonária ou Estranha Forma de Vida volta a surpreender, criando, a partir de acontecimentos verídicos, uma trama narrativa que não deixará de arrebatar os leitores mais exigentes.

Princesas Portuguesas Rainhas no Estrangeiro

Américo Faria

​

PRINCESAS PORTUGUESAS RAINHAS NO ESTRANGEIRO apresenta ao leitor a biografia de dezoito infantas que ao longo dos séculos ocuparam poderosos tronos na Europa. Utilizadas ao longo dos tempos como mais um elemento em complexas manobras de poder ou como meros peões em alianças estratégicas, as infantas portuguesas que reinaram no estrangeiro foram também importantes embaixadoras de Portugal, divulgando além-fronteiras a tradição, a cultura, os usos e os costumes nacionais.
De D. Urraca, filha de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda, a D. Maria Isabel, filha de D. João VI e de Carlota Joaquina, este livro dá a conhecer a vida de mulheres que foram amadas, influentes e admiradas, mas também de soberanas que conheceram a traição, a infelicidade ou o repúdio. Com a publicação de PRINCESAS PORTUGUESAS RAINHAS NO ESTRANGEIRO, as Edições Parsifal mostram uma faceta pouco conhecida da História de Portugal e desvendam percursos de vida que surpreenderão os leitores.

Contos Capitais
Carlos Ademar, Baptista-Bastos, José Carlos Barros, Joana Bértholo, Cristina Carvalho, Mário de Carvalho, José Riço Direitinho, Domingos Galamba, Mariana Ianelli, Filipa Vera Jardim, José Jorge Letria, Fernando Madaíl, João Lopes Marques, Raquel Ochoa, Francisco da Costa Oliveira, Maria do Rosário Pedreira, João Ricardo Pedro, Manuel da Silva Ramos, Miguel Real, Alejandro Reyes, Pedro Medina Ribeiro, Eugenia Rico, Urbano Tavares Rodrigues, Valério Romão, Tiago Salazar, Antonio Sarabia, José Manuel Saraiva, José Mário Silva, David Toscana e Pedro Almeida Vieira.

Contos Capitais incluem fotos e ilustrações de Paulino Aversa, Mateus Brandão, Manuela Costa, João Faísca, Mario Puga, Rui Telmo Romão e Manuel San-Payo.

A beleza e a alma de uma cidade ultrapassam as fotografias dos locais que aparecem nos postais ilustrados, onde se aglomeram turistas ocasionais. Uma cidade constrói a sua singularidade sobretudo nas vielas e nos becos, nos sentimentos dos seus habitantes ou nos rituais da sua vida quotidiana.

Trinta escritores aceitaram o desafio de (re)interpretar uma capital. Lugares de felicidade ou de tragédia, de pecado ou de redenção, próximos ou distantes, reais ou imaginários, as cidades de Contos Capitais revelam agora o seu lado menos conhecido.

História(s) do Estado Novo
Marcelo Teixeira
​

As Palavras
Frases como «Obviamente, demito-o», «Para Angola, rapidamente e em força», «Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses» ou «Temos o Santa Maria connosco. Obrigado, portugueses» fazem parte da nossa memória individual e colectiva. Saiba neste livro as circunstâncias em que foram proferidas ou o contexto histórico a que estão ligadas estas frases e descubra muitas outras que não deixarão de o surpreender.

Os Factos

História(s) do Estado Novo passa em revista os principais acontecimentos nacionais ocorridos de 1933 a 1974. Abordando, entre muitos outros, temas como a «neutralidade» portuguesa na Segunda Guerra ou a adesão do nosso país ao «Plano Marshall», a viagem de avião de Salazar ou o assalto ao Banco de Portugal, a Primavera marcelista ou a Guerra Colonial, o desvio do Santa Maria ou o exílio do bispo do Porto, esta obra permite ao leitor revisitar um período único da História Contemporânea de Portugal.

bottom of page